Chevrolet Tracker 2026: 5 razões para comprar e 5 motivos para pensar bem


O Chevrolet Tracker foi atualizado na linha 2026 ao receber novo visual inspirado nos SUVs gringos da GM, central multimídia maior e painel de instrumentos digital inédito. Parte de R$ 119.900 na versão de entrada AT 1.0 turbo e chega a R$ 190.590 no pacote RS 1.2 turbo. Confira todos os preços, equipamentos e versões.

Autoesporte testou a versão Premier (R$ 189.590), que corresponde ao pacote mais caro sem os adereços esportivos. Será que vale a pena? Mostramos cinco motivos para comprar e cinco razões para pensar bem antes de adquirir o Chevrolet Tracker 2026. Confira:

A cabine do Tracker 2026 traz heranças da Spin com adoção da nova central multimídia com tela de 11″ integrada ao painel de instrumentos digital de 8″ (que lembra muito o display de igual tamanho da Volkswagen), levemente projetados na direção do motorista. A conexão de Android Auto e Apple CarPlay permanece sem fio, assim como as assistências OnStar.

Vale destacar a boa resolução de ambas as telas, com grafismos cristalinos que transparecem a modernidade de um smartphone novo. A central multimídia é fácil de usar, com interface muito intuitiva. Também vale destacar a boa resolução da câmera de ré projetada nesta tela.

Ainda na parte de conectividade, o sistema OnStar agora oferece um novo recurso de segurança que pode até gravar o som da cabine. A Chevrolet já ajudou a recuperar diversos veículos roubados ou furtados com a tecnologia.

A versão Premier tem motor 1.2 turbo flex de três cilindros recalibrado, com até 141 cv de potência e 22,9 kgfm de torque, que funciona com o câmbio automático de seis marchas. É a mesma mecânica adotada no início deste ano, quando o SUV passou a ser oferecido com injeção direta de combustível.

Pisando fundo, o Chevrolet Tracker pode acelerar de 0 a 100 km/h em 9,7 segundos. Neste sentido, supera o novo Nissan Kicks , que precisa de 12,4 s para atingir tal velocidade. Bem entrosado, o câmbio automático faz intervenções inteligentes e garante condução sem trancos.

O Tracker Premier 2026 enfrenta desafios urbanos corriqueiros, como subidas íngremes, sem maiores problemas. Também reage instantaneamente quando se pisa no acelerador, sem tanto delay, o que se torna muito útil quando a faixa ao lado começa a andar e o motorista nota uma “brecha” para sair do congestionamento à frente.

A suspensão é adequada para cidades esburacadas, o que ajuda a evitar raladas chatas abaixo do para-choque dianteiro. Seu ajuste é mais firme, como consequência dos amortecedores de curso encurtado, mas, neste sentido, não há qualquer atualização: é o mesmo Tracker que conhecemos desde 2020.

Há de se destacar que o Tracker é um carro muito coerente no trato com o motorista. Agrada quem curte dirigir com o assento mais alto e deixa boa impressão num posicionamento mais próximo do assoalho.

Somado a isso, todos os comandos são fáceis de encontrar na cabine. Num tempo em que os carros integram controles que eram físicos à central multimídia, o SUV mantém os botões giratórios que facilitam o acesso ao ar-condicionado. Há um menu fixo na central multimídia para ajudar nos atalhos, melhorando a navegação.

O volante multifuncional, com boa empunhadura, tem uma espécie de encaixe para as palmas das mãos — e os bancos revestidos de couro sintético são confortáveis tanto para motorista e passageiro quanto para os ocupantes traseiros.

O pacote de equipamentos de conforto e conveniência se mostra bem completo. O Tracker Premier tem teto solar panorâmico como item de série, incorporando um aspecto mais sofisticado por fora e por dentro. É algo que o Volkswagen T-Cross oferece como opcional, e que o Honda HR-V fica devendo.

Outra característica que você só encontrará no Tracker é a conexão Wi-Fi nativa. Assim, o motorista não precisa gastar seus dados enquanto estiver dirigindo. Em algumas regiões do Brasil, como no Rio Grande do Sul, o plano é gratuito.

Há também um assistente de estacionamento semiautomático para auxiliar o motorista em espaços apertados. Basta acionar o recurso num botão no painel, seguir as orientações projetadas na central multimídia e controlar o pedal do freio. O Tracker pode estacionar tanto em vagas 90°, como em condomínios ou supermercados, quanto fazer balizas na rua.

Apesar dos bons equipamentos de conforto, o SUV peca no pacote de segurança. Iremos elaborar o assunto à frente.

Para respaldar a atualização da linha 2026, especialmente por conta dos problemas apresentados pela correia banhada a óleo, a Chevrolet passou a oferecer cinco anos de garantia para o Tracker 2026, além de ter aumentado a durabilidade do componente.

Como mencionamos, o Tracker anterior ficou marcado por problemas na correia do motor turbo que, segundo proprietários e mecânicos, esfarelava com facilidade. Até falhas nos freios chegaram a ser relatadas por conta do fenômeno. A GM diz que a borracha agora tem nova formulação química, alteração que oferece maior resistência à manutenção inadequada, tornando o conjunto mais robusto.

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A GM explica que casos do tipo decorrem do uso do óleo fora da especificação descrita no manual. Para dar conta do abastecimento de peças em Gravataí (RS) e Santa Fé (Argentina), a marca agora trabalha com novos fornecedores de correia.

O Tracker 2026 agora gasta mais combustível com o motor 1.2 turbo flex. Segundo o Inmetro, quando abastecido com etanol, pode marcar 7,6 km/l na cidade (fazia 7,7 km/l) e 9,7 km/l na estrada (antes, 10 km/l). Com gasolina, faz 11 km/l em circuito urbano (contra 11,2 km/l) e 13,7 km/l em trajeto rodoviário (14,1 km/l).

Ao que tudo indica, a dianteira mais alta e robusta aumentou o arrasto aerodinâmico do SUV. Vale lembrar que a GM ainda testa um novo conjunto híbrido leve de 48V — todavia, a nova tecnologia só deve chegar ao Brasil no ano que vem. A adoção de um pequeno motor elétrico pode melhorar o consumo do Tracker a partir da linha 2027.

Com 2,57 metros de distância entre-eixos, o Tracker não tem cabine acanhada como a do Fiat Fastback (2,53 m), mas também não chega ao nível de rivais como Honda HR-V, Peugeot 2008 e Hyundai Creta (todos com 2,61 m), e Nissan Kicks e Volkswagen T-Cross (ambos com 2,65 m).

Um mérito do Fastback é que, apesar da cabine apertada, há ventilação para os ocupantes do banco traseiro desde a versão de entrada. Você não encontrará isso no Tracker nem se pagar R$ 190.590 pela configuração RS, a mais cara da linha 2026.

O porta-malas do Tracker tem 393 litros, ficando na décima colocação entre os maiores compartimentos disponíveis nos SUVs compactos. Está atrás de carros como Volkswagen Nivus (415 l), Peugeot 2008 (419 l), Nissan Kicks (470 l) Renault Duster (475 l) e Fiat Fastback (516 l, o maior da categoria).

O pacote de segurança ativa do Tracker consiste em um assistente de frenagem de emergência e alerta de ponto cego. Só. Não há controle de cruzeiro adaptativo (ACC), indicador de fadiga, auto-hold, alerta de mudança de faixa, assistente de permanência em faixa nem alerta de tráfego cruzado.

Além disso, o SUV tem freio a tambor nas rodas traseiras, enquanto concorrentes como T-Cross, HR-V, Creta e Kicks oferecem discos sólidos. É uma ausência que, somada aos equipamentos Adas, poderia ter sido suprida na linha 2026 e não foi.

A versão Premier agora tem um trecho com material emborrachado no painel que não é suficiente para trazer um ar mais sofisticado ao Tracker. Este é um ponto em que muitos concorrentes também pecam — o T-Cross está aí para provar, abusando de plástico duro com poucas texturas.

Incomoda também o fato do Tracker ter poucos porta-objetos. Quem estiver de óculos escuros, por exemplo, fica sem muitas alternativas para guardá-lo: ou o coloca no vão da porta, ou no reservatório abaixo do apoio de braço, ou no porta-copos (totalmente exposto). Vale lembrar que o pequeno reservatório ao fim do console foi tomado pelo carregador de celular por indução.

O Tracker Premier custa R$ 189.590, praticamente a mesma faixa de preço de rivais mais equipados, como Hyundai Creta Ultimate 1.6 (R$ 189.500), Volkswagen T-Cross Extreme 250 TSI (R$ 188.990), Jeep Compass Sport T270 (R$ 189.990) e até o Toyota Corolla Cross XRE 2.0 (R$ 191.190) — só para citar alguns.

Entre os rivais híbridos, quase iguala o preço do BYD Song Pro GL (R$ 189.990), e ainda tem o GWM Haval H6 One (R$ 199.900) a alguns trocados de distância. Neste cenário, aproximando-se da faixa dos R$ 200 mil, o SUV compacto da Chevrolet deveria entregar um pacote mais interessante e completo.

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Fonte: direitonews

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