Homem de 35 anos, que atua como vendedor autônomo de salgados, foi preso pela Polícia Federal após inventar um plano fictício de atentado suicida no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande. O caso aconteceu na última sexta-feira (27), mas a ligação à PF foi feita no dia 21 de junho.
Apesar da gravidade da falsa denúncia, o suspeito foi liberado após passar por audiência de custódia. A Justiça entendeu que ele possui um “diagnóstico inicial de transtornos mentais”, o que teria motivado a conduta. A decisão judicial determinou o uso de tornozeleira eletrônica e o afastamento mínimo de 300 metros do aeroporto como medidas cautelares.
Durante o depoimento prestado à Polícia, o homem confessou ter inventado a história. Disse ouvir vozes e relatou que sofre de esquizofrenia, mas está sem medicação há algum tempo por não conseguir arcar com os custos do tratamento. Ele também afirmou que já tentou suicídio anteriormente e foi socorrido pela PM ao tentar se jogar do Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães.
Segundo a investigação, o suspeito ligou para a PF afirmando que um atentado ocorreria no dia 23. Ainda tentou reforçar a falsa denúncia usando números de telefone de parentes e amigos, incluindo o pai, o sogro e um colega. Em determinado momento, chegou a conduzir os agentes até uma área próxima a um rio, dizendo que os supostos autores estariam ali. Em seguida, fugiu do local, abandonando a equipe policial. Posteriormente, alegou que escapou por medo.
O juiz federal Paulo Cézar Alves Sodré destacou, ao conceder a liberdade provisória, que não há indícios de ameaça real e considerou que o ato foi uma “conduta impensada” motivada por transtorno psiquiátrico. Ele também apontou que um documento oficial do Hospital Municipal de Cuiabá, datado de setembro de 2023, já indicava a necessidade de tratamento psiquiátrico.
“Diante da desarticulação da suposta ameaça, evidenciando-se que se tratava somente de uma conduta impensada, decorrente de um transtorno mental diagnosticado em data anterior aos fatos, não verifico potencial e latente risco à ordem pública”, afirmou o magistrado.
O caso segue sob investigação da Polícia Federal.
Fonte: nortaomt