BYD Seal híbrido: conhecemos o sedã que roda 2.000 km sem ter que abastecer


A BYD tem uma das maiores linhas de produtos do Brasil, com 11 diferentes modelos. Mas parece não ser o bastante. A marca chinesa apresentou duas novidades derivadas do elétrico Seal. São elas a versão híbrida plug-in com carroceria sedã, chamada de Seal 07 DM-i, e o SUV cupê elétrico Sealion 7.

Ainda não há previsão de lançamento para a dupla. A BYD, inclusive, diz ter descartado os modelos. Porém, conhecendo a fabricante e sua estratégia agressiva, se os carros estão no Brasil e foram mostrados a jornalistas, as chances de serem lançados ao longo dos próximos anos é considerável.

Nosso primeiro contato foi com o BYD Seal 07 DM-i. A montadora não revelou dados técnicos do veículo, “testado pela engenharia brasileira”, mas dá para adiantar alguns detalhes. O mais impressionante deles é que a autonomia combinada, ou seja, o alcance elétrico mais um tanque de combustível, chega a 2.000 km no otimista ciclo chinês.

Na China, a versão se vale do sistema híbrido da montadora, e pode casar com motor 1.5 aspirado ou turbo (a gasolina) a um elétrico. Para alcançar tal marca, usa a variante turbinada.

É o mesmo motor 1.5 turbo da picape Shark, mas com ajuste mais manso. Rende 156 cv e vem aliado a um propulsor elétrico de 272 cv. O conjunto dispõe ainda de bateria de 30,7 kWh. Segundo a BYD, o modelo faz quase 30 km/l.

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Há ainda uma versão de entrada, que no mercado chinês, traz o 1.5 aspirado de 100 cv de potência acoplado a um motor elétrico de 217 cv. A bateria é de 17,6 kWh e garante 70 km de autonomia em modo elétrico.

No quesito dimensões há algumas nuances entre o Seal híbrido e o elétrico, comercializado atualmente no Brasil por R$ 299.800. O Seal 07 DM-i tem 4,98 metros de comprimento, 1,89 m de largura, 1,49 m de altura e entre-eixos de 2,90 m. A título de comparação, o sedã 100% elétrico mede 4,80 m de comprimento e 1,87 m de largura, 1,46 m de altura e tem entre-eixos de 2,92 m.

Por dentro, o Seal híbrido pode ter central multimídia com tela de até 15,6 polegadas. Há ainda painel de instrumentos digital, que, a depender da versão, tem 8,8’’ ou 10,25’’ e head-up display. O habitáculo é esmerado, com detalhes que remetem a madeira, teto panorâmico, assentos revestidos em couro sintético com ventilação e aquecimento e carregador de smartphones por indução.

Além disso, o BYD Seal 07 DM-i oferece ainda assistentes à condução como o auxílio de manutenção de faixa, alerta de colisão frontal e frenagem automática de emergência.

Já no visual, o sedã híbrido tem diferenciais interessantes ante a configuração elétrica. Aqui temos para-choque dianteiro com tomadas de ar distintas. Os faróis também são diferentes, mais arrojados. A traseira, por sua vez, mantém identidade similar.

No interior, o volante é de quatro raios e foge um pouco do formato do Seal elétrico. Além disso, o modelo híbrido tem quadro de instrumentos posicionado de modo a acompanhar melhor a esquematização do head-up display.

Guiar um sedã desses em uma pista de corrida, por três voltas, não nos ajuda a ter impressões tão claras. No entanto, uma coisa ficou bem evidente: o Seal híbrido claramente tem calibração focada em eficiência. Isso mesmo com motor 1.5 turbo.

A aceleração é bem linear, com progressividade suficiente a fim de evitar picos de torque que possam mexer no estupendo número de consumo divulgado pela BYD. Ou seja, nem uma patada no pedal da extrema direita, no modo Sport, garante diversão.

A transmissão dedicada também faz com que o motor a combustão dê as caras de modo mais comedido. Prima por combinação mais adepta à eficiência energética. Nem no modo EV temos algo visceral. É um carro que não empolga, mas jamais mente sobre sua proposta.

A rolagem de carroceria é ainda mais evidente por conta do entre-eixos e do peso. Além disso, a direção, embora direta, privilegia ciclo urbano e não é tão conectada em alta velocidade.

Em resumo, o BYD Seal híbrido é um sedã que quer conquistar o motorista pela vida a bordo e pela eficiência. Tem ótima ergonomia e faria sucesso principalmente entre motoristas de aplicativo — que ficam por longas horas no anda e para das cidades.

O outro modelo que guiamos foi o Sealion 7 (que atende por Sea Lion 07 no país de origem). O SUV cupê é uma derivação justamente, veja você, do Seal. Não à toa, a fabricante de origem chinesa preparou exatamente essas duas “surpresinhas” para o grupo de jornalistas presentes no evento em Brotas.

E (perdoe de antemão a cacofonia) se o Seal híbrido foi registrado no longínquo 2023 no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), o desenho do SUV só apareceu nos documentos da autarquia no início deste ano. Mesmo assim, tal qual o sedã, o Sealion 7 vem sendo testado já faz algum tempo nas estradas e ruas brasileiras.

Feito sobre a e-Platform 3.0 Evo, o SUV cupê se vale da arquitetura de 800 V para recuperar, de acordo com a BYD, de 10% a 80% da autonomia em apenas 25 minutos – isso em velocidade máxima de carregamento de 240 kW.

O Sealion 7 tem dois packs distintos de baterias. A versão de entrada tem a Blade de 71,8 kWh e motor elétrico que entrega 231 cv de potência e 38,7 kgfm de torque. No ciclo chinês, a autonomia é de 550 km. Para completar, a configuração vai de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos e atinge velocidade máxima de 210 km/h.

Temos ainda, na China, opção intermediária com bateria de lítio-ferro-fosfato de 80,6 kWh e motor de 313 cv. No entanto, a grande vedete é a configuração de topo, que combina dois propulsores elétricos para entregar 530 cv de potência, 70,3 kgfm de torque e um 0 a 100 km/h em excepcionais 4,2 segundos.

O BYD Sealion 7 tem 4,83 metros de comprimento, 1,62 m de altura, 2,18 m de largura e entre-eixos de 2,93 m. O porta-malas tem capacidade para 520 litros e ainda há compartimento extra que leva cerca de 60 litros.

Visualmente, como não poderia deixar de ser, o Sealion 7 carrega heranças do Seal. Faróis, por exemplo, têm a mesma identidade, com os filetes que “deixam” a peça principal. Ademais, as lanternas traseiras também são unidas por uma barra. Já o interior carrega semelhanças com o sedã em sua configuração híbrida.

Já a lista de equipamentos é vasta. Frenagem automática de emergência, monitoramento de ponto cego, assistente de manutenção de faixa, alertas de colisão frontal e de colisão traseira são alguns dos itens que podem equipar o Sealion 7.

Também demos apenas três voltinhas com o BYD Sealion 7. E ele já estava um tanto “cansado”, com a bateria na casa dos 20%. O que é uma pena. O SUV cupê, em sua versão de topo com 530 cv, até tem alguma compostura em pista.

É claro que a rigidez torcional causa impacto direto na condução. Trata-se de um carro de 4,83 metros e de mais de 2,4 toneladas de peso em ordem de marcha. Mesmo assim, se sai bem por meio da tração integral, que deixa o veículo no prumo.

O acerto de suspensão, contudo, poderia ser pouco mais voltado para a estrada. O ajuste pende para o conforto, com rodar macio e tranquilo.

As rodas de 20 polegadas são calçadas pelos pneus Michelin Pilot Sport EV. No Raceville causou certo incômodo, com o barulho da banda de rodagem em contato direto com o solo sendo transmitido com alguma vontade para a cabine. Pelo menos os compostos dão ao condutor certa tranquilidade nas curvas.

Não conseguimos, infelizmente, aproveitar o 0 a 100 km/h na casa dos 4,5 segundos. Conforme mencionado, o veículo já havia sido “batizado” por outros colegas de imprensa e não mais funcionava em sua plenitude.

Em termos de ergonomia, o Sealion 7 tem posição de dirigir excessivamente elevada até mesmo para um SUV. Aí vai do gosto do freguês. No entanto, o banco tem ajuste elétrico e a coluna de direção pode ser regulada de modo a mitigar tal questão. Ademais, o interior é refinado e de ótimo aproveitamento para condutor e ocupantes.

Evidentemente, a BYD não divulgou preços e versões nem para Seal híbrido e tampouco para Sealion 7. “Estão, por ora, fora dos planos”, diz a montadora. No entanto, dá para fazer um exercício com base no que temos, hoje, no mercado local.

O BYD Seal elétrico é vendido atualmente por R$ 299.800. Desse modo, poderíamos esperar por uma versão híbrida plug-in capaz de bater de frente com o Honda Civic, na casa dos R$ 265 mil.

E quanto ao BYD Sealion 7? Bom… Este, caso venha, deve ficar posicionado acima do Seal. No Reino Unido, por exemplo, a versão de entrada do modelo é vendida por 47 mil libras esterlinas (R$ 348 mil, em conversão direta). A título de comparação, a opção básica do sedã elétrico sai por 45,7 mil libras – ou R$ 338 mil.

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Fonte: direitonews

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