Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
As investigações sobre a queda do voo AI171 da Air India, que matou 260 pessoas — sendo 241 a bordo e 19 em solo —, estão concentradas nos registros médicos do comandante Sumeet Sabharwal, piloto da aeronave. Sabharwal, experiente e com mais de 8.200 horas de voo, teria histórico de depressão e problemas de saúde mental, segundo colegas de profissão ouvidos pela imprensa indiana.

As investigações sobre o acidente do avião da Air India estão concluídas examinando os registros médicos do Capitão Sumeet Sabharwal (foto) em meio a relatos de que ele sofria de depressão e problemas de saúde mental.
O Boeing 787 Dreamliner caiu poucos segundos após decolar de Ahmedabad, na Índia, em 12 de junho. A aeronave se dirigia a Gatwick, no Reino Unido, quando dois interruptores de combustível foram desligados logo após a decolagem, provocando falha total dos motores e queda sobre uma área residencial chamada Meghani Nagar.

O capitão Sumeet Sabharwal (foto), um piloto experiente com mais de 8.200 horas na cabine, pilotou o Boeing 787 Dreamliner com o copiloto Clive Kunder (foto) quando caiu em uma área residencial, chamada Meghani Nagar, matando 241 pessoas a bordo e ceifando mais 19 vidas daquelas em terra.
Segundo o relatório preliminar divulgado pelas autoridades indianas neste domingo (13), os controles de combustível não poderiam ser desligados acidentalmente. Os interruptores exigem que sejam puxados para cima antes de serem movidos, o que descarta a possibilidade de erro involuntário. O relatório também revela que, segundos após o desligamento, os interruptores foram religados — tarde demais para salvar o voo.
O copiloto, Clive Kunder, de 28 anos, conduzia a aeronave no momento da decolagem. Ele tinha acumulado cerca de 3.400 horas de voo.
Um dos principais especialistas em segurança aérea da Índia, Capitão Mohan Ranganathan, afirmou ao Daily Telegraph que vários pilotos da companhia relataram que Sabharwal vinha apresentando dificuldades psicológicas e chegou a tirar licenças médicas e por luto nos últimos anos. Ainda segundo ele, “nada além de uma ação deliberada explicaria o desligamento dos dois interruptores de combustível logo após a decolagem”.
À emissora NDTV, Ranganathan foi ainda mais incisivo:
“Os seletores de combustível não são do tipo deslizante. Eles ficam travados em uma posição, e para mudá-los é preciso puxar ou mover com força. A chance de isso ocorrer acidentalmente é nula. É um caso de seleção manual deliberada.”
Questionado se sugeria que um dos pilotos desligou os sistemas de combustível de forma consciente, ele respondeu:
“Absolutamente. Estamos diante de uma possível queda induzida por ação do piloto.”
Apesar das suspeitas, a família das vítimas contesta o relatório preliminar e acusa o governo indiano e a companhia aérea de tentarem culpar os pilotos mortos.
“Esse relatório está errado. Não o aceitamos. É uma encenação para proteger a Air India e o governo,” afirmou Ameen Siddiqui, de 28 anos, ao Telegraph. Ele perdeu o cunhado, a esposa e a filha de quatro anos no desastre. “Eles querem culpar pilotos mortos que não podem se defender.”
A gravação da cabine revela um momento de confusão:
“Por que ele desligou?”, perguntou um dos pilotos. O outro respondeu: “Eu não fiz isso.”
O relatório aponta ainda que:
-
Ambos os pilotos estavam descansados e aptos para voar, segundo o exame de bafômetro.
-
A aeronave estava dentro dos limites de peso e sem carga perigosa.
-
A amostra de combustível testada foi considerada satisfatória.
-
Não houve atividade significativa de aves na rota.
As alavancas de combustível foram encontradas na posição “ligada” no local da queda, mas a análise indica que já era tarde para a recuperação da potência dos motores.
Outro fator analisado foi o acionamento da RAT (turbina de ar de emergência), registrado pelas câmeras do aeroporto. Esse sistema só entra em funcionamento em casos de perda total de energia a bordo.
O único sobrevivente do voo foi o passageiro Vishwash Kumar Ramesh, que viajava com o irmão, Ajaykumar, de 35 anos. Sentado na poltrona 11A, próxima à saída de emergência, Vishwash escapou com vida. O irmão, que ocupava o assento 11J, morreu na explosão.
Em nota, a Air India declarou:
“Estamos em solidariedade com as famílias e todos os afetados pelo acidente do voo AI171. Continuamos em luto e comprometidos com o apoio necessário neste momento difícil.”
A companhia confirmou o recebimento do relatório preliminar e afirmou que coopera com o Escritório de Investigação de Acidentes Aéreos (AAIB), que conduz as apurações, ao lado de autoridades indianas e internacionais.
A FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA) já havia alertado, em 2018, para problemas potenciais nos interruptores de combustível do Boeing 737 — modelo diferente, mas com mecanismo de travamento semelhante. O órgão recomendou inspeções, mas a Air India afirma que não aplicou os procedimentos, pois a orientação não era obrigatória.
Fonte: gazetabrasil