De acordo com o The New York Times (NYT), empresas de transporte marítimo, muitas delas sediadas na China, contataram empresas norte-americanas que importam roupas, autopeças e joias, oferecendo soluções que, segundo elas, podem fazer as tarifas desaparecerem.
“Podemos evitar as altas tarifas da China, algo que já fizemos muitas vezes no passado“, dizia um e-mail enviado a um importador norte-americano, citado pelo NYT.
“Vença as tarifas dos EUA”, dizia uma segunda mensagem, prometendo limitar as tarifas “a 10% fixos”. A mensagem acrescentava: “Envie sem preocupações.”
“Ótimas notícias! As tarifas finalmente acabaram!”, proclamava outra mensagem.
27 de maio, 11:04
De acordo com o jornal, as propostas — que circulam por e-mail, bem como em vídeos no TikTok e outras plataformas — refletem uma nova onda de atividades fraudulentas.
“Com o aumento drástico das tarifas norte-americanas sobre produtos estrangeiros nos últimos meses, também aumentaram os incentivos para que as empresas encontrem maneiras de evitá-las“, observou o veículo.
As empresas chinesas que anunciam esses serviços descrevem seus métodos como soluções alternativas válidas. Em troca de uma taxa, elas encontram maneiras de importar produtos para os Estados Unidos com tarifas muito mais baixas.
No entanto, de acordo com a apuração, especialistas apontam que essas práticas são métodos de fraude alfandegária.
As empresas podem estar sonegando tarifas alterando as informações de remessa fornecidas ao governo dos EUA para se qualificarem para uma tarifa mais baixa. Ou podem transportar as mercadorias para outro país sujeito a uma tarifa mais baixa antes de enviá-las para os Estados Unidos, uma técnica conhecida como transbordo.
25 de maio, 21:39
O NYT noticiou que muitas empresas norte-americanas afirmam que a escala da atividade ilícita excede em muito a capacidade das autoridades de contê-la.
Esses esquemas custam ao governo dos EUA bilhões de dólares anualmente em receitas tarifárias, de acordo com executivos e autoridades, e estão deixando empresas honestas que pagam as caras tarifas profundamente frustradas e preocupadas em estar em desvantagem financeira em relação a concorrentes desonestos.
“Se nada for feito, aqueles dispostos a trapacear continuarão a vencer“, disse ao jornal David Rashid, CEO da Plews, uma empresa de autopeças que pediu ao governo que reprima as práticas comerciais desleais de seus concorrentes.
Rashid afirmou que produtos comercializados deslealmente vazaram para as cadeias de suprimentos dos EUA. “É fácil enganar as pessoas, especialmente se elas gostam de ser enganadas“, acrescentou.
Em seus primeiros meses no cargo, Trump impôs uma tarifa de 10% sobre a maioria dos produtos em todo o mundo, bem como uma taxa de 25% sobre aço, alumínio e automóveis. Ele aumentou, reduziu e suspendeu tarifas para vários países sem aviso prévio, exercendo intensa pressão sobre as empresas que dependem do comércio.
As tarifas de três dígitos que Trump impôs à China em abril, antes de reduzi-las por 90 dias, foram particularmente severas para os importadores.
Fonte: sputniknewsbrasil
