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As primeiras conclusões da investigação sobre o acidente que vitimou o jogador do Liverpool, Diogo Jota, e seu irmão, André Silva, foram divulgadas, conforme revelou o jornal espanhol El Mundo. O relatório preliminar da Brigada de Tráfego da Região de Zamora aponta dois fatores principais para a tragédia: um possível problema em uma das rodas do veículo e o excesso de velocidade.
Peritos confirmaram que Diogo Jota conduzia o automóvel no momento do sinistro. O acidente ocorreu no quilômetro 65 da rodovia A-52, na província de Zamora, Espanha, por volta das 00h35 (horário local), no município de Cernadilla. Segundo o jornal ABC e outros veículos espanhóis, a causa do acidente foi o estouro de um pneu enquanto o veículo realizava uma ultrapassagem. Contudo, “tudo aponta também para um possível excesso de velocidade”, acima do permitido para a via.
Fontes próximas à investigação asseguram que o veículo, um Lamborghini Huracán, circulava a uma velocidade superior à permitida de 120 km/h. Essa velocidade é considerada “excesso de velocidade elevado” e a conclusão foi alcançada após a análise das marcas de pneu deixadas no asfalto.
O relatório tem caráter preliminar e a investigação sobre o trágico acontecimento continuará. Após a finalização, o documento será entregue ao tribunal de Puebla de Sanabria.
Detalhes da Viagem e da Tragédia
Diogo Jota estava a caminho da Inglaterra, vindo de Portugal, para se reapresentar ao Liverpool para o início da pré-temporada. Devido a uma recente operação em um de seus pulmões, o jogador evitou viajar de avião, optando pelo deslocamento rodoviário para então seguir de ferry até a Inglaterra.
O primeiro relato verbal do acidente foi feito pela própria Guarda Civil e rapidamente impactou a imprensa europeia. “A informação que temos até o momento é que o carro, que era um Lamborghini, sofreu um acidente de tráfego e saiu da estrada devido ao estouro de um pneu durante uma ultrapassagem”, indicaram as autoridades.
“Foi bem cedo, às 00:30 hora local, no município de Cernadilla, na província de Zamora. O carro pegou fogo e os dois ocupantes morreram”, acrescentaram sobre o incidente que levou à morte de Jota e seu irmão André. Os corpos foram reconhecidos por documentos que resistiram ao incêndio e pela placa do veículo.
Após o acidente, o jornal Diario de Castilla y León informou que um familiar dos irmãos alertou as autoridades após eles não chegarem no tempo estipulado ao município de Benavente, onde eram esperados. Os irmãos tinham planos de chegar a Santander e continuar por via marítima até Portsmouth, Inglaterra.
A esposa de Jota, Rute Cardoso, com quem o jogador do Liverpool havia se casado poucos dias antes, foi a responsável por reconhecer os corpos após a tragédia. Ela recebeu assistência psicológica e foram entregues a ela os pertences pessoais resgatados do veículo incendiado.
O Veículo e Análise Técnica
O Lamborghini Huracán Evo, modelo envolvido no acidente, foi comercializado entre 2019 e 2023. As versões disponíveis incluíam uma com tração integral e 639 CV (avaliada em 249.826 euros) e outra com tração traseira e 610 CV (216.444 euros). Ambas alcançam uma velocidade máxima de 325 km/h e aceleram de 0 a 100 km/h em 2,9 ou 3,3 segundos, respectivamente. As imagens do que restou do carro sugerem que poderia ser a versão conversível.
O sinistro levou à intervenção de especialistas em segurança viária. Javier López Delgado, presidente da Associação de Auditores de Segurança Viária (Asevi), consultado pelo La Opinión de Zamora, apontou que vários elementos contribuíram para o desfecho fatal. Ele mencionou a velocidade, o estado do asfalto e a barreira de proteção no canteiro central.
Segundo López Delgado, a velocidade do veículo era consideravelmente alta, baseada nas marcas de frenagem no local. O especialista questionou o estado do pavimento, alertando para a presença de erros que, segundo ele, afetaram a aderência do pneu. Ele também destacou a situação da barreira de contenção, que nesse trecho poderia ter funcionado como um obstáculo dada sua localização e ângulo, impedindo que cumprisse sua função de proteção.
Luto no Futebol Mundial
A notícia da trágica morte de Diogo Jota, figura importante do último campeão da Premier League, e de seu irmão gerou comoção mundial no ambiente do futebol. Milhares de pessoas se dirigiram ao estádio do Liverpool, Anfield, para deixar oferendas florais. No funeral, o capitão Virgil van Dijk liderou a delegação carregando uma coroa de flores vermelhas com a silhueta da camiseta número 20, usada por Jota. Andy Robertson acompanhou com outra coroa com o número 30, em homenagem a André Silva, que jogava no Penafiel, da segunda divisão portuguesa. Figuras como o técnico Arne Slot, Alexis Mac Allister, e vários ex-companheiros, incluindo Jordan Henderson e James Milner, também estiveram presentes.
Fonte: gazetabrasil
