Da Redação
A Bronca Popular
O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), parece empenhado em firmar seu nome na história como o maior inimigo da educação pública da capital.
Ao culpar professores pelo baixo desempenho dos alunos no IDEB e ameaçar com processos administrativos quem supostamente “faz corpo mole”, o gestor revela mais do que autoritarismo: expõe ignorância, má-fé e total despreparo para pensar educação em sua forma plena, crítica e transformadora.
Em vez de reconhecer a responsabilidade da própria gestão pela precarização do ensino — com escolas sucateadas, falta de material didático, ausência de formação continuada e abandono pedagógico — Abílio terceiriza a culpa.
Atacar os professores é uma estratégia covarde, usada por quem é incapaz de enfrentar o verdadeiro problema: a falência administrativa da educação municipal.
O prefeito ignora que o aprendizado é fruto de múltiplos fatores, muitos deles alheios à sala de aula: condições socioeconômicas, contexto familiar, políticas públicas efetivas.
Fingir que a culpa é exclusiva dos docentes é não só injusto — é desumano.
São justamente esses profissionais que, com salários defasados e estrutura mínima, sustentam a rede pública com dedicação, criatividade e resistência.
Ao insinuar que professores “brincam” em sala de aula, o prefeito rebaixa o valor do lúdico como ferramenta pedagógica, demonstra desconhecimento da ciência da educação e propaga desinformação. É o negacionismo educacional em sua forma mais crua.
Sua proposta de terceirizar parte da rede de ensino é a prova definitiva do descompromisso. Transferir a gestão para a iniciativa privada não é solução — é fuga. É admitir que não sabe, não quer e não consegue governar para todos.
Com Abílio, Cuiabá retrocede à escuridão. Sua gestão é marcada pela perseguição, desvalorização e desmonte. Um retorno ao obscurantismo em que educar não é libertar, é punir. E, nesse cenário, a ciência e a educação são as primeiras vítimas.
Fonte: abroncapopular