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O rapper e produtor musical Sean “Diddy” Combs seguirá preso nos Estados Unidos após ter o pedido de fiança negado nesta quarta-feira (2) pelo juiz Arun Subramanian, em Nova York. O artista foi condenado por crimes federais relacionados à prostituição e agora aguarda a sentença, marcada para ser definida em uma audiência no próximo dia 8 de julho.
A decisão judicial foi tomada dias após o júri ter absolvido Diddy das acusações mais graves — tráfico sexual e associação criminosa (conspiração para crime organizado) — que poderiam levá-lo à prisão perpétua. No entanto, ele foi considerado culpado por transportar pessoas com o objetivo de se envolverem em prostituição, violando a Lei Mann, infração que pode render até 10 anos de prisão.
Diddy está preso desde sua detenção, em setembro do ano passado. Seus advogados argumentaram que, diante da absolvição das acusações mais graves, ele deveria ter direito à liberdade sob fiança de US$ 1 milhão. O Ministério Público se opôs, alegando que o rapper representa risco à comunidade e poderia fugir do país.
Histórico de violência pesou na decisão
Na decisão, o juiz Subramanian ressaltou que a legislação aplicável não permite a liberação do réu após condenação, e destacou ainda o histórico de violência de Combs em relacionamentos pessoais. Ele mencionou um vídeo amplamente divulgado, em que Diddy aparece chutando e arrastando sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura, em um corredor de hotel. A gravação foi feita em 2016, no InterContinental Hotel.
“A defesa reconheceu os episódios de violência do réu, inclusive com Cassie e Jane. Mas a confissão era desnecessária, pois as imagens falam por si”, afirmou o juiz. Segundo ele, “é impossível garantir que o réu não representa perigo a outras pessoas”.
Subramanian também lembrou que, com a condenação, cabe à defesa provar que o acusado não oferece risco — algo que, segundo o juiz, não foi demonstrado.
Julgamento expôs esquema de abuso e exploração
O veredicto encerra um julgamento de grande repercussão que abalou a imagem pública de Diddy, de ícone da música e moda para figura central de um escândalo sexual.
Durante o processo, o Ministério Público acusou o fundador da gravadora Bad Boy Records de comandar, ao longo de uma década, uma rede de exploração sexual envolvendo suas namoradas, entre elas Cassie Ventura. Os promotores alegaram que Diddy usava sua fama, fortuna e força física para controlar as mulheres e forçá-las a participar de maratonas sexuais com uso de drogas, conhecidas como “freak-offs”.
Apesar das acusações, o júri formado por oito homens e quatro mulheres decidiu absolver o artista das acusações de tráfico sexual e conspiração criminosa. Ainda assim, os jurados o consideraram culpado de transportar mulheres e homens — incluindo parceiros íntimos — para encontros sexuais pagos em diferentes estados, o que constitui crime federal nos EUA.
Punição ainda será definida
Os promotores defendem que, mesmo com a condenação em apenas duas acusações, a pena deve ser severa, citando o uso de drogas e os episódios de agressão como agravantes. Eles afirmam que a pena deveria ficar entre quatro e cinco anos, enquanto a defesa alega que as diretrizes federais sugerem cerca de dois anos de prisão.
Até agora, Combs já cumpriu nove meses de prisão preventiva.
Em nota conjunta, o procurador dos EUA em Manhattan, Jay Clayton, e o chefe da Divisão de Investigações de Segurança Interna, Ricky J. Patel, disseram que os americanos “querem esse tipo de crime combatido e os responsáveis levados à justiça”.
A sentença final será definida em audiência futura. Até lá, Sean “Diddy” Combs permanecerá detido.
Fonte: gazetabrasil