Da Redação
O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) fez um alerta aparentemente sensato e necessário: ignorar a força da esquerda em Mato Grosso pode custar caro à centro-direita nas eleições de 2026, especialmente na disputa pelo Senado.
Com base nos 33% a 35% historicamente garantidos ao campo progressista, Júlio chama a atenção para o ministro Carlos Fávaro (PSD), que buscará a reeleição com apoio consolidado e estratégia em curso.
Mas a fala, embora revestida de prudência política, esconde um movimento milimetricamente calculado: abrir caminho para o irmão, senador Jayme Campos. Ao reconhecer o risco de fragmentação do campo conservador, Júlio cria a narrativa ideal para pressionar o União Brasil a antecipar definições. Ou apoia a reeleição de Jayme, unindo o bloco em torno de um nome conhecido, ou dá sinal verde para que o mano dispute o Palácio Paiaguás.
A crítica ao erro cometido em Cuiabá em 2024 — quando a direita se dividiu e Lúdio Cabral (PT) chegou ao segundo turno — serve como exemplo e aviso. Mas o subtexto é outro: não há mais tempo para hesitações. Júlio fala como quem protege o campo político ao qual pertence, mas age como quem articula o futuro do clã Campos. E o recado foi dado: quem vacilar agora, entrega o poder em 2026.
Fonte: abroncapopular