Nos últimos anos, tenho sido mais um espectador da Fórmula 1 do que um jogador assíduo do game oficial da categoria (desenvolvido pela Codemasters e publicado pela EA Sports). Acredito que uma das explicações seja a busca por trazer um público mais casual em detrimento aos fãs mais engajados.
Eis que o F1 25 chega como uma grata surpresa para mudar essa visão. Autoesporte recebeu uma licença de PlayStation 5 para avaliar o jogo e traz, a partir de agora, as primeiras impressões.
Logo de cara, digo que a jogabilidade pouco mudou — para o bem e para o mal. Como disse na análise da versão anterior, parece haver um intervalo grande demais entre as configurações de ajustes dos carros. Ou há muita assistência, deixando o jogo fácil, ou elas praticamente desaparecem. O ponto alto é que a inteligência da máquina avançou, e isso deixa as corridas off-line menos artificiais.
Antes de tratar dos modos e dos avanços gráficos, a EA parece ter ouvido a criança interior de cada jogador. Afinal, quem nunca teve pensamentos intrusivos de correr no sentido contrário das pistas? Sim, agora é possível fazer isso sem transgredir nenhuma regra. A má notícia é que há apenas três traçados disponíveis: Silverstone, Zandvoort e Red Bull Ring. Ou seja, por enquanto, nada de rasgar a reta oposta e subir o S do Senna.
Para a edição de 2025, Codemasters e EA parecem ter concentrado os esforços na parte visual do game. As pistas de Miami, Melbourne, Suzuka, Ímola e Bahrain foram escaneadas a laser e estão ainda mais realistas. É possível ver com clareza os pequenos tijolos marrons do estádio vizinho a curva 4 do circuito australiano, por exemplo. Mesmo em autódromos que não foram remapeados, há melhorias nos gráficos de árvores e zebras.
Outra promessa que não parece ter sido feita por políticos é a melhoria nas diferentes condições climáticas. Na versão para PC, há um recurso adicional que simula de forma mais verossímil os efeitos da luz solar em edifícios e na própria pista.
Mesmo com a introdução de mais falas reais pelo rádio, ainda acho que a interação do jogador-piloto com a equipe durante as corridas é bastante limitada. O mesmo vale para as entrevistas ao longo do modo carreira, para mim, o grande ponto negativo do jogo há alguns anos.
E, já que começamos a falar dos modos de jogo do F1 25, é hora de contar as novidades do que, em minha opinião, é o ponto alto do título. Os roteiristas capricharam para criar a terceira temporada do Ponto de Frenagem (ou Breaking Point). A história da equipe fictícia Konnersport é retomada exatamente de onde parou em F1 23. Mas agora, em vez de o foco estar em Aiden Jackson, o jogador vive os dilemas da família Butler.
O balanço é muito positivo, sem dúvidas, mas algumas situações parecem forçadas e infantis, como a briga dos irmãos Devon Butler, promovido a chefe de equipe de forma repentina, e Callie Butler, caçula que se torna a piloto número 2 do time.
Sem mais spoilers, o mais interessante é que o final do Ponto de Frenagem permite que o jogador continue disputando temporadas no modo carreira com a Konnersport sendo a 11ª equipe do grid, antes mesmo da estreia da Cadillac.
Outra possibilidade, para quem compra a Iconic Edition (versão do jogo com mais features), é correr com a fictícia escuderia APXGP e ter Brad Pitt, ou melhor, Sonny Hayes, como um dos pilotos. Como não poderia deixar de ser, a EA colocou elementos do filme oficial da categoria no jogo oficial da categoria. Veja aqui o review do longa feito por Autoesporte.
Agora, se Konnersport e APXGP não fazem seu gosto, ainda dá para criar a própria equipe e desenvolver o carro com novos decalques e patrocinadores fictícios. A customização, pelo menos para os jogadores de consoles, melhorou muito na comparação com o título anterior.
Por último, e não menos importante, o modo carreira também passou por mudanças. Em um mundo moderno onde não ser multifunção é um crime, o mesmo acontece em F1 25. Agora, o jogador pode atuar como chefe de equipe e também fazer as funções de seus dois pilotos.
Também é capaz de gerenciar e desenvolver instalações, pilotos e cuidando das finanças do time. Deixar de lado a gestão dos funcionários e focar muito no avanço do carro pode ser fatal, por exemplo.
Você pode, inclusive, soltar o Helmut Marko que existe em você. Se você é chefe da Aston Martin e, por acaso, não está satisfeito com o desempenho de Lance Stroll, poderá fazer uma troca. Não apenas por qualquer outro piloto do grid, como também por jovens promissores da Fórmula 2, ou mesmo ícones do passado, como Ayrton Senna, Michael Schumacher e Mika Häkkinen.
Com todas essas mudanças, e por mais que torça muito para ver um piloto diferente de Max Verstappen vencendo a Fórmula 1 em 2025, acho que vou começar a dividir melhor meu tempo entre assistir às corridas pela TV e jogar o F1 25.
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Fonte: direitonews