O Renault Twingo – junção das palavras “twist”, “swing” e “tango” — foi apresentado pela primeira vez no Salão de Paris de 1992. O desenho inusitado e futurista causou agitação entre a imprensa especializada e o público. A ideia partiu do diretor de projeto Yves Dubreil, mas quem assinou foi Patrick Le Quément. O renomado designer trazia no currículo projetos como o caminhão Ford Cargo e o hatch Sierra.
No Brasil, o Renault Twingo desembarcou em 1994, um ano depois do início das vendas na França. Logo de cara, agradou o consumidor brasileiro. Não só pelo visual moderno, mas pelo baixíssimo consumo de combustível e excelente aproveitamento de espaço interno. É dessa primeira leva este belo Twingo 1995 cinza que a Autoesporte encontrou.
Mais completo que seus rivais brasileiros como o Volkswagen Gol, o Fiat Uno e o Ford Fiesta, o Twingo 1995 vendido pela Garagem da Jóia tem opcionais dos vidros, travas e retrovisores elétricos. Além disso, o toca-fitas é original de fábrica e está funcionando. Já o interior aconchegante está em perfeito estado de conservação.
O hatch da Renault é bem espaçoso e a mescla de tons cinza claro com azul dá a sensação de amplitude à cabine. Por falar nisso, uma solução inteligente é o banco traseiro deslizante, igual ao do Volkswagen Fox, que permite aumentar o diminuto volume do porta-malas de 168 litros.
Fora isso, o exemplar tem todos os documentos de época, como manuais e livretos, e, não menos importante, a chave reserva e o estepe, nunca foram usados.
Prova de que o Renault Twingo tem um bom mercado é que a unidade anunciada na Garagem da Jóia em junho já foi vendida. O modelo estava à venda por R$ 34 mil.
O Renault Twingo é um carro que “nasceu” clássico e hoje é um neo-colecionável com preço ainda acessível, perto de outros rivais nacionais. Vale lembrar que o valor médio destes carros é de R$ 25 mil.
Não custa lembrar que, para quem quiser se aventurar, é um forte candidato a valorizar com o tempo — ainda mais nesse estado que Autoesporte encontrou — e que ainda pode ser comprado a preço de Fiat Uno Mille usado.
Em 1995, levamos o Renault Twingo para um comparativo contra o conterrâneo, Peugeot 106, além do Fiat Mille EP, a versão mais completa para bater os franceses.
“Dos três o motor de cilindrada mais alta é o do Renault, com 1.239 cm³, embora de arquitetura antiga, evidenciada pelo comando no bloco e válvulas acionadas por varetas e balancins. Nos concorrentes, o comando fica no cabeçote. No Twingo a potência é de 55 cv a 5.300 rpm, superada pelo Mille, de 994 cm³, que agora, devido à injeção monoponto no lugar do carburador, chega a expressivos 58 cv a 6.000 rpm. O 106 de 954 cm³ vem atrás, pelos 50 cv a 6.000 rpm. O maior torque e em rotação mais baixa, como é natural, pertence ao Twingo, 9,2 kgfm a 2.800 rpm, seguindo-se o Mille, 8,2 mkgf a 3.000 rpm, e o Peugeot, 7,5 kgfm a 3.700 rpm”, dissemos na época.
Na avaliação, a reportagem citou a cilindrada mais alta do Renault que, mesmo com a menor velocidade, na aceleração, ele foi o vencedor da tríade. Cravou de 0 a 100 km/h em 15,7 segundos com a máxima de 145,7 km/h. Só para comparação, o Peugeot fez o 0 a 100 km/h em 17 s e final de 146,8 km/h e o Fiat, 16,9 s e 151,5 km/h, respectivamente.
Em termos de retomada de velocidade, o Twingo também foi melhor. Para ir de 80 a 120 km/h em quinta marcha, demorou 27,5 s, números melhores que o do Mille (31,4 s) e do 106 (37,9 s).
Já no consumo, ponto para o Peugeot com seus 14,5 km/l na cidade e 17,3 km/l na estrada; seguido pelo Renault, com 12,8 km/l e 15,1 km/l, e Fiat 11 km/l e 13,1 km/l, nessa sequência.
No final, concluímos que os carros da Peugeot e Renault mereceram os créditos em termos de melhores “transportes eficientes sem gastar muito, mas o Mille EP representa um excelente pacote, estilo à parte”.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Fonte: direitonews