Pesquisadores revelam como peixes do período Jurássico morreram de forma horrível (FOTOS)


Durante o período Jurássico, existiu um gênero extinto de peixes com nadadeiras raiadas, conhecidos como Tharsis, que apresentavam uma tendência curiosa e fatal: erravam na escolha de presas. Estudos recentes revelam que esses microcarnívoros, ao tentarem engolir belemnites — cefalópodes com corpo longo e concha interna – muitas vezes acabavam mortos por asfixia.
Em um estudo publicado na Scientific Reports, os paleontólogos Martin Ebert e Martina Kölbl-Ebert, da Universidade Ludwig Maximilian, analisaram fósseis encontrados na formação calcária Solnhofen Plattenkalk, na Alemanha, e identificaram casos em que belemnites estavam alojados fatalmente na boca e aparelho branquial dos peixes Tharsis. Os restos dos cefalópodes se mostravam presos, atravessando as brânquias e com a concha interna bloqueando completamente a boca dos peixes.
© Foto / Scientific Reports/Ebert & Kölbl-EbertTharsis com belemnite alojada através da boca e aparelho branquial de Solnhofen, Baviera, Alemanha. Parte e contraparte coladas para formar uma placa contínua.

Tharsis com belemnite alojada através da boca e aparelho branquial de Solnhofen, Baviera, Alemanha. Parte e contraparte coladas para formar uma placa contínua - Sputnik Brasil

1/3
Tharsis com belemnite alojada através da boca e aparelho branquial de Solnhofen, Baviera, Alemanha. Parte e contraparte coladas para formar uma placa contínua.
© Foto / Scientific Reports/Ebert & Kölbl-EbertClose-up da parte anterior do corpo de Tharsis com belemnite alojada na boca e no aparelho branquial de Solnhofen, Baviera, Alemanha. (a) laje principal; (b) contraparte.

Close-up da parte anterior do corpo de Tharsis com belemnite alojada na boca e no aparelho branquial de Solnhofen, Baviera, Alemanha. (a) laje principal; (b) contraparte - Sputnik Brasil

2/3
Close-up da parte anterior do corpo de Tharsis com belemnite alojada na boca e no aparelho branquial de Solnhofen, Baviera, Alemanha. (a) laje principal; (b) contraparte.
© Foto / Scientific Reports/Ebert & Kölbl-EbertEspécimes de Tharsis com belemnite alojados na boca e no aparelho branquial do arquipélago de Solnhofen, Baviera, Alemanha. (a) Espécime de J. Geppert da Bacia de Eichstätt ou Solnhofen; (b) Espécime de S. Schäfer da Bacia de Eichstätt.

Espécimes de Tharsis com belemnite alojados na boca e no aparelho branquial do arquipélago de Solnhofen, Baviera, Alemanha. (a) Espécime de J. Geppert da Bacia de Eichstätt ou Solnhofen; (b) Espécime de S. Schäfer da Bacia de Eichstätt - Sputnik Brasil

3/3
Espécimes de Tharsis com belemnite alojados na boca e no aparelho branquial do arquipélago de Solnhofen, Baviera, Alemanha. (a) Espécime de J. Geppert da Bacia de Eichstätt ou Solnhofen; (b) Espécime de S. Schäfer da Bacia de Eichstätt.
1/3
Tharsis com belemnite alojada através da boca e aparelho branquial de Solnhofen, Baviera, Alemanha. Parte e contraparte coladas para formar uma placa contínua.
2/3
Close-up da parte anterior do corpo de Tharsis com belemnite alojada na boca e no aparelho branquial de Solnhofen, Baviera, Alemanha. (a) laje principal; (b) contraparte.
3/3
Espécimes de Tharsis com belemnite alojados na boca e no aparelho branquial do arquipélago de Solnhofen, Baviera, Alemanha. (a) Espécime de J. Geppert da Bacia de Eichstätt ou Solnhofen; (b) Espécime de S. Schäfer da Bacia de Eichstätt.
Esses peixes, que se alimentavam por sucção de pequenas presas como larvas e zooplâncton, eram comuns na região, enquanto os belemnites deixaram poucos fósseis por serem habitantes do mar aberto. Suas conchas, cheias de gás, permitiam que permanecessem na coluna d’água, se tornando alvo de outros organismos e, inadvertidamente, dos Tharsis.
As bacias calcárias de Eichstätt e Solnhofen revelam fósseis de belemnites cobertos por bivalves, sugerindo que os cefalópodes mortos serviam como base de alimentação para pequenos organismos que se aproveitavam da decomposição. Os Tharsis, por sua vez, provavelmente eram atraídos por esse material em decomposição, sem perceber o risco envolvido.
Anquilossauro (imagem de referência) - Sputnik Brasil, 1920, 17.04.2025

Segundo os pesquisadores, os peixes tinham o hábito de sugar restos de tecido mole, bem como algas ou bactérias que cobriam os objetos flutuantes. Contudo, ao ingerirem acidentalmente os belemnites, ficavam com eles presos de forma irreversível, sem os conseguir expelir – levando à sua morte.
A conclusão inquietante é que os hábitos alimentares dos Tharsis, aparentemente inofensivos, os tornaram vulneráveis à armadilha natural imposta por restos flutuantes de belemnites. Um caso curioso e trágico de como o comportamento instintivo pode se tornar um risco mortal para algumas espécies.
Logo da emissora Sputnik - Sputnik Brasil
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!

Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a conteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.

Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).

Fonte: sputniknewsbrasil

Anteriores Em nova entrevista, Trump diz o que pensa sobre Elon Musk
Próxima Rostec: sistema antitanque russo Kornet é capaz de destruir qualquer tipo de blindados ocidentais