Confira o ranking dos 100 melhores filmes do século XXI, segundo especialistas

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Uma pesquisa realizada pelo The New York Times em colaboração com o The Upshot consultou mais de 500 profissionais da indústria cinematográfica e áreas afins para identificar os filmes que mais impactaram os últimos 25 anos. O resultado é uma lista com os 100 melhores filmes do século XXI, na opinião dos especialistas.

Renomados diretores como Pedro Almodóvar, Sofia Coppola, Barry Jenkins e Guillermo del Toro, junto a atores aclamados como Julianne Moore, John Turturro, Chiwetel Ejiofor e Emma Stone, participaram da seleção, cada um escolhendo seus 10 títulos mais relevantes desde 1º de janeiro de 2000.

O ranking, publicado pelo The New York Times, mostra como filmes de diferentes gêneros, idiomas e estilos conseguiram consolidar sua relevância cultural e artística, mesmo com as mudanças radicais na experiência cinematográfica, impulsionadas pelos serviços de streaming e a proeminência das franquias de super-heróis.

Destaques e Diversidade na Liderança

 

No topo da lista, “Parásita” (2019), de Bong Joon Ho, ocupa o primeiro lugar, solidificando o fenômeno internacional que transformou o cinema sul-coreano em referência obrigatória. Em seguida no pódio estão “Cidade dos Sonhos” (Mulholland Drive, 2001), de David Lynch, e “Sangue Negro” (There Will Be Blood, 2007), de Paul Thomas Anderson. Esses filmes demonstram a força de propostas arriscadas e o peso da autoria no cinema contemporâneo.

A seleção também celebrou o cinema asiático com obras como “Amor à Flor da Pele” (Deseando amar, 2001), de Wong Kar-Wai, “A Viagem de Chihiro” (2002), de Hayao Miyazaki, e “Zona de Interesse” (2023), de Jonathan Glazer, que figuram entre as primeiras posições.

A presença de filmes como “Moonlight: Sob a Luz do Luar” (2016), de Barry Jenkins, que aborda a identidade afro-americana e sexual, ou “Corra!” (Get Out, 2017), de Jordan Peele, um thriller social com reflexão racial, confirma a atenção dedicada a temáticas de diversidade e representatividade no ranking.

 

De Blockbusters a Filmes de Arte: O Panorama Cinematográfico do Século

O jornal nova-iorquino detalhou que gêneros populares e filmes de autor se alternam na seleção, com exemplos que vão da ação e histórias de super-heróis a documentários e dramas existenciais. Títulos como “Gravidade” (2013), de Alfonso Cuarón, “Pantera Negra” (2018), de Ryan Coogler, e o brasileiro “Cidade de Deus” (2003), de Fernando Meirelles, ilustram a capacidade do cinema contemporâneo de inovar na linguagem visual e narrativa, sem perder laços com preocupações sociais e políticas de seu tempo.

Entre os 100 lugares, há filmes destacados em festivais e cerimônias de premiação, como “O Labirinto do Fauno” (2006), de Guillermo del Toro, “Roma” (2018), de Alfonso Cuarón, “12 Anos de Escravidão” (2013), de Steve McQueen, e “Boyhood: Da Infância à Juventude” (2014), de Richard Linklater.

Além disso, clássicos modernos como “Batman: O Cavaleiro das Trevas” (2008), de Christopher Nolan, “Encontros e Desencontros” (Perdidos em Tóquio, 2003), de Sofia Coppola, e “A Rede Social” (2010), de David Fincher, alcançaram lugares privilegiados na lista, validando não apenas sua recepção comercial, mas também seu reconhecimento entre críticos e profissionais.

A pesquisa também deu espaço à comédia e à animação, com a inclusão de “Superbad: É Hoje” (2007), de Greg Mottola, um marco da comédia juvenil contemporânea, assim como sucessos animados como “Up: Altas Aventuras” (2009) e “WALL-E” (2008), da Pixar, e “Ratatouille” (2007), de Brad Bird. Documentários como “O Homem Urso” (Grizzly Man, 2005), de Werner Herzog, e propostas formais como “Ato de Matar” (The Act of Killing, 2013), de Joshua Oppenheimer, destacaram-se como exemplos de inovação no registro de não-ficção.

A participação de profissionais com prêmios e talentos emergentes contribuiu para a pluralidade de gostos e preferências. Assim, a lista reconhece tanto grandes produções quanto trabalhos independentes — por exemplo, “Aftersun” (2022), de Charlotte Wells, e “A Pior Pessoa do Mundo” (2021), de Joachim Trier — que obtiveram significativa ressonância crítica na última década.

O levantamento não apenas revisita títulos de bilheteria, mas também aponta os encontros estéticos, políticos e emocionais que definiram a relação do público com a sétima arte no século XXI. Filmes como “Bastardos Inglórios” (2009), de Quentin Tarantino, “O Lobo de Wall Street” (2013), de Martin Scorsese, e “Ela” (Her, 2013), de Spike Jonze, refletem a capacidade do cinema de dialogar com o presente de perspectivas diversas e, muitas vezes, provocadoras.

Ao mesmo tempo, a lista revela como o cinema mantém sua vitalidade cultural em uma era de profundas transformações tecnológicas e mudanças no consumo. Desde títulos fundacionais da década de 2000 como “Gladiador”, de Ridley Scott, ou “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel”, de Peter Jackson, até sucessos recentes como “Oppenheimer” (2023), de Christopher Nolan, e “Anatomia de uma Queda” (2023), de Justine Triet, a seleção constitui um percurso pela evolução temática e formal do cinema nos últimos 25 anos.