A Stellantis está considerando a possibilidade de vender a Maserati dentro de um ambicioso projeto para reestruturar seu portfólio, composto por nada menos que 14 marcas. De acordo com a agência de notícias Reuters, as discussões em torno do assunto ganharam força desde a nomeação do CEO Antonio Filosa e se tornaram ainda mais urgentes depois do tarifaço anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump para carros importados.
As medidas tomadas pelo mandatário estadunidense atingiram em cheio a fabricante italiana e obrigaram a Stellantis a contratar a consultoria McKinsey para orientá-la sobre como lidar com o impacto das tarifas. Os Estados Unidos são um mercado importante para a Maserati e, por lá, a marca vende unicamente modelos produzidos na Europa. O mesmo vale para a Alfa Romeo, também prejudicada no âmbito da sobretaxação.
Sob a condição de anonimato, fontes ligadas à consultoria revelaram à Reuters que a orientação passada para a Stellantis foi de se desfazer da Maserati. Internamente, parte da diretoria concorda com o direcionamento e considera abandonar a deficitária marca de luxo. Por outro lado, há quem resista à venda e acredite no potencial da marca, que sempre foi sinônimo de luxo e requinte dentro da escola automotiva italiana.
Questionada sobre o assunto, a Stellantis disse por meio de porta-voz: “Respeitosamente, a Maserati não está à venda”. De todo modo, a situação da marca não é nada boa. Em 2024, as vendas caíram drasticamente e somaram apenas 11.400 unidades (contra 26.600 do ano anterior). O prejuízo operacional registrado foi de 260 milhões de euros, ou seja, aproximadamente R$ 1,6 bilhão.
Para piorar, a Maserati está com portfólio reduzido e não tem novos modelos à vista, já que seu plano de investimentos foi recentemente cancelado pela própria Stellantis. Com isso, o lançamento do MC20 elétrico e das novas gerações de Levante e Quattroporte está, por enquanto, indefinido.
Embora a Stellantis negue a venda, especialistas indicam que montadoras chinesas estariam, desde já, empenhadas em adquirir a Maserati. A principal delas seria a Chery, que usaria a compra de uma famosa marca europeia como forma de reforçar sua expansão na região. A estratégia seria a mesma já seguida por outros grandes grupos chineses. A SAIC, por exemplo, comprou a britânica MG Motor em 2007, enquanto a Geely assumiu o controle da sueca Volvo em 2010.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Fonte: direitonews