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A quarta semana do julgamento federal de Sean ‘Diddy’ Combs foi marcada por um momento de alta tensão na sala do tribunal. O juiz Arun Subramanian ameaçou expulsar o magnata da música por seu comportamento durante o depoimento de uma testemunha.
O incidente ocorreu durante um recesso da audiência, após a saída do júri. Segundo a CNN, o juiz Subramanian repreendeu a equipe jurídica de Combs, afirmando que o viu “em duas ocasiões distintas” olhando para o júri e “balançando a cabeça vigorosamente” enquanto a testemunha Bryana Bongolan – amiga de Cassie Ventura – respondia ao contrainterrogatório.
O magistrado interpretou a ação como uma tentativa de influenciar os jurados, algo que a defesa já havia sido advertida previamente para não fazer. “É absolutamente inaceitável”, afirmou Subramanian, de acordo com a CNN. “Não pode voltar a ocorrer”. O juiz deixou claro que, se o comportamento se repetisse, consideraria aplicar sanções mais severas, incluindo a exclusão de Combs da sala de audiências, uma medida drástica no procedimento legal. “Não pode haver esforços de nenhum tipo para interagir com este júri”, insistiu o juiz, segundo o The Guardian.
O advogado de defesa de Combs, Marc Agnifilo, tentou acalmar a situação e garantiu que o incidente não se repetiria.
O Testemunho de “Jane”
Na mesma jornada, foi ouvido o depoimento de uma mulher que testemunhou sob o pseudônimo de “Jane”. Descrita pela promotoria como mãe solteira e ex-parceira de Combs, Jane relatou em detalhes como seu relacionamento amoroso evoluiu para episódios de abuso, coerção sexual e consumo de drogas.
Jane disse ter conhecido Combs em novembro de 2020 e começado a sair com ele no início de 2021. Segundo seu testemunho, ele rapidamente a introduziu em um estilo de vida de “substâncias e promiscuidade”. Em maio de 2021, durante uma noite de consumo de drogas e sexo, Combs propôs realizar uma de suas fantasias sexuais: vê-la ter relações com outro homem. Pouco depois, ele chamou um serviço de escorts e organizou um encontro em um hotel.
Jane descreveu como, naquela mesma noite, teve relações sexuais com um homem enquanto Combs observava e se masturbava. “Inicialmente me senti eufórica… era algo tabu”, confessou, mas ressaltou que não compreendia que esse tipo de encontro — que Combs chamava de “noites de hotel” ou “freak-offs” — se tornaria frequente. A rotina se repetiu nos dois anos seguintes, em locais como Nova York, Los Angeles, Miami e Turks e Caicos. “Foi uma caixa de Pandora que não pude fechar”, declarou Jane, afirmando que em aproximadamente 90% de seus encontros sexuais com Combs, outro homem estava envolvido.
A pressão emocional e econômica também foi mencionada por Jane. “Me sentia obrigada a participar… ele pagava meu aluguel de $10.000 por mês”, destacou. Ela disse que, ao tentar impor limites, Combs a lembrava de sua dependência financeira: “Se você quer terminar, está bem… não vou pagar o aluguel de uma mulher com quem não estou saindo”.
Bryana Bongolan e o Incidente no Balcão
A jornada de 5 de junho também incluiu a continuação do testemunho de Bryana Bongolan, ex-designer gráfica e amiga de Cassie Ventura, ex-parceira de Combs. Bongolan declarou que, em setembro de 2016, o artista a pendurou do balcão do apartamento de Ventura em Los Angeles por 10 a 15 segundos antes de atirá-la sobre os móveis do balcão.
Ela disse que o incidente causou “lesões físicas, pesadelos e paranoia”. No entanto, durante o contrainterrogatório, a defesa apresentou registros de hotel e recibos de viagem que, segundo eles, colocavam Combs na costa leste nessas datas. “Está de acordo que uma pessoa não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo?”, perguntou a advogada Nicole Westmoreland. “Em teoria, sim… não posso responder isso”, respondeu Bongolan, segundo a CNN.
Apesar da discrepância nas datas, Bongolan insistiu na veracidade de seu relato. “Não lembro a data exata, mas nunca esquecerei que ele me segurou naquele balcão”, disse, segundo o The Guardian.
Até o momento, a promotoria já apresentou mais de 16 testemunhas, incluindo a cantora Dawn Richard, a mãe de Cassie Ventura, três assistentes de Combs e o rapper Kid Cudi.
Combs, preso em setembro de 2024, enfrenta acusações federais de tráfico sexual, conspiração de crime organizado e transporte para fins de prostituição. Se for considerado culpado de todas as acusações, poderá pegar prisão perpétua. Enquanto isso, os promotores avaliam concluir seu caso na próxima semana, embora a defesa já tenha insinuado que pode precisar de mais tempo do que o previsto para apresentar sua versão, o que estenderia o julgamento até julho.
Fonte: gazetabrasil