Lançado no Brasil em 2011, o Nissan Versa de primeira geração ficou conhecido por oferecer um espaço interno surpreendente para um sedã compacto. Fabricado em Resende (RJ) a partir de 2015, o modelo agradou quem buscava conforto, porta-malas grande e bom custo-benefício, mesmo que o design não fosse unanimidade.
O Versa chegou ao mercado brasileiro equipado com motor 1.6 16V de 111 cv. Posteriormente, adotou versões 1.0 12V de 77 cv, ambos flex, combinados a dois tipos de câmbio: manual de cinco marchas ou automático CVT nas versões mais completas.
O câmbio CVT trouxe conforto e eficiência no consumo, mas também se tornou uma fonte frequente de relatos de problemas, especialmente em unidades sem manutenção adequada. Simples, eficiente e com manutenção acessível, o Versa de primeira geração ainda é uma boa opção no mercado de usados — desde que o comprador esteja atento a alguns pontos críticos, como veremos a seguir.
Uma das principais reclamações dos donos do Versa 1.6 automático é o comportamento do câmbio do tipo CVT (Transmissão Continuamente Variável). Embora ofereça bom conforto e economia de combustível, existem muitos relatos de falhas como patinação quando o motor sobe de giro, mas o carro demora a ganhar velocidade, trancos ou travamentos na hora das trocas simuladas, ruídos metálicos ao acelerar e luz de anomalia no painel relacionada ao câmbio.
Esses problemas são mais frequentes em carros que não seguiram a manutenção correta, como a troca do fluido de transmissão entre 40.000 e 50.000 km, conforme recomendação do manual. No entanto, também há casos de desgaste prematuro mesmo em veículos com todas as revisões em dia.
Em uma reclamação no Reclame Aqui, um proprietário do Versa 1.6 SV 2018 relatou:
“Com menos de 60.000 km, o câmbio CVT do meu Versa apresentou trancos fortes e a luz de anomalia no painel acendeu. A concessionária diagnosticou falha interna no câmbio e informou que o reparo custaria mais de R$ 20 mil. Um absurdo para um carro com manutenção em dia!”
O valor de reparo ou substituição do câmbio CVT pode variar bastante:
Apesar do alto custo, há oficinas especializadas que oferecem garantia de até 1 ano para câmbios recondicionados.
Sobre este ponto, é importante ao testar um Versa automático usado, ficar atento a trancos ao acelerar, hesitação nas respostas e ruídos anormais. Verifique também se há histórico de troca ou reparo documentado do câmbio.
Outro ponto de atenção no Versa de primeira geração é a qualidade do acabamento. Muitos donos relatam painéis de porta rangendo ou soltando, ruídos no painel em pisos irregulares, forros do teto e bancos desgastados antes do esperado, e falta de firmeza em puxadores e maçanetas internas.
Esses problemas aparecem principalmente em unidades que rodaram bastante em vias de má qualidade.
Em um grupo de proprietários no Facebook, o usuário João Vítor relatou: “Comprei um Versa 2019 SV usado e logo nos primeiros meses apareceram barulhos no painel e na porta dianteira direita. Levei em duas oficinas diferentes e disseram que é comum no modelo.”
Outro consumidor escreveu no Reclame Aqui que “o acabamento interno do Versa é muito frágil. Mesmo com pouco uso, os painéis já apresentam folgas e rangidos. É decepcionante para um carro dessa categoria.”
Apesar dos ruídos não afetarem a mecânica do carro, eles reduzem a sensação de qualidade e podem impactar na revenda. Pequenos reparos internos (como reaperto ou substituição de grampos) costumam custar entre R$ 500 e R$ 1.500, dependendo da extensão do serviço.
O Nissan Versa de primeira geração é uma ótima escolha para quem busca um sedã acessível, econômico e espaçoso. O conjunto mecânico, especialmente nas versões manuais, é bastante robusto e barato de manter. No entanto, é fundamental fazer uma avaliação criteriosa antes da compra: unidades com câmbio CVT merecem atenção redobrada, assim como o estado do acabamento interno.
Priorize exemplares com histórico de manutenção completo, verifique o funcionamento do câmbio em um test-drive e, se possível, passe o carro por uma vistoria cautelar. Com esses cuidados, o Versa pode ser uma compra muito racional — especialmente para quem valoriza espaço e custo-benefício acima de tudo.
Procurada pela reportagem de Autoesporte, a Nissan informou que “utiliza mundialmente as transmissões CVT (Transmissão Continuamente Variável), que são conhecidas por sua eficiência e confiabilidade e pela aceleração suave e linear. Importante ressaltar que qualquer componente mecânico, independentemente do equipamento, está suscetível a falhas pontuais, seja por uma condição relacionada ao componente e seu processo de produção, por estar submetido a condições severas de uso ou por manutenções não realizadas ou inadequadas”.
Sobre os problemas de acabamento, a montadora reforçou “que a qualidade de acabamento de nossos veículos é uma das nossas principais prioridades desde a seleção dos materiais até a montagem, com atenção ao correto encaixe e posicionamento. Por vezes, a instalação de acessórios, de forma imprópria, ou mesmo a limpeza realizada sem seguir as orientações do fabricante pode causar danos as molduras e painéis. De qualquer forma orientamos aos clientes que levem seus veículos para análise em uma de nossas concessionárias para melhor entendimento do ocorrido”.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Fonte: direitonews