Tebet explicou que a operação governamental contra as fraudes no INSS está estruturada em três etapas: a descoberta, que foi quando houve identificação do esquema fraudulento, com reconhecimento ao trabalho da Controladoria-Geral da União (CGU); a apuração, para determinar o número de beneficiários afetados e o montante total desviado; e o ressarcimento, que é a devolução dos valores aos prejudicados, utilizando inicialmente recursos provenientes da apreensão de bens das associações investigadas.
A ministra enfatizou o compromisso do governo em assegurar que todos os afetados sejam ressarcidos.
“A gente vai sentar e cumprir a determinação do presidente Lula, que é: ninguém ficará prejudicado, todos serão ressarcidos.”
Ela também ressaltou que, caso os recursos obtidos com a apreensão de bens sejam insuficientes, a União complementará os valores utilizando dinheiro público. No entanto, haverá critérios rigorosos para garantir que apenas os verdadeiros prejudicados sejam compensados.
“Temos que ter a responsabilidade de restituir só para quem deve, porque muita gente pode esquecer que assinou, ou alguém de má-fé… dizer que não assinou e que quer a restituição.”
Tebet enfatizou a gravidade das fraudes, classificando-as como crimes contra a pátria, dada a vulnerabilidade dos afetados.
“Doe a quem doer, vamos caçar os ratos, as ratazanas. Isso é crime de lesa-pátria, nós estamos falando das pessoas mais vulneráveis.”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado anteriormente sobre o caso e solicitou transparência e agilidade nas investigações e no processo de ressarcimento.
A partir da próxima semana, a equipe do Planejamento, juntamente com a Fazenda, iniciará o processo de identificação dos prejudicados e a devolução dos valores.
Investimentos do governo
O evento de que Tebet participou hoje foi o leilão da chamada “Rota da Celulose”, realizado na B3, em São Paulo, onde aproveitou para defender o fortalecimento da infraestrutura nacional e promover investimentos privados para o desenvolvimento do Brasil.
“Não há investimento privado suficiente no Brasil para se fazer ferrovias. A solução passa por abrir a mente e buscar parcerias com fundos internacionais, além de ampliar os investimentos privados nacionais e internacionais”, disse, mencionando a possibilidade de trabalhar conjuntamente com a China, que já demonstrou interesse em colaborar em projetos de infraestrutura ferroviária no Brasil.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, explicou que, devido à extensão continental do Brasil, os investimentos em ferrovias são essenciais para melhorar o transporte de mercadorias, mas o custo elevado e as limitações orçamentárias exigem soluções criativas.
A Rota da Celulose, discutida durante o leilão, ligará estados como São Paulo e Mato Grosso do Sul, além dos vizinhos Paraguai, Argentina e Chile, para chegar até os chineses.
A rota faz parte do projeto maior da “Rota Bioceânica”, uma iniciativa de integração comercial que visa facilitar o comércio entre os países da América do Sul e a China.
Fonte: sputniknewsbrasil