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Milhões de jovens adultos que sofrem de enxaqueca podem estar sob risco aumentado de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), segundo um estudo realizado por pesquisadores do Hospital Universitário de Helsinque, na Finlândia. A pesquisa, publicada na revista Stroke, analisou dados de saúde de mais de mil adultos com menos de 50 anos e revelou que quem sofre com as dores de cabeça intensas tem 70% mais chances de sofrer um AVC isquêmico.
Embora a enxaqueca, que afeta cerca de 10 milhões de pessoas no Reino Unido, não seja tradicionalmente considerada um fator de risco para AVC, os cientistas destacam que ela pode desempenhar um papel importante, especialmente entre os jovens. Os pesquisadores pedem agora que médicos passem a considerar o histórico de enxaqueca como parte da avaliação de risco de AVC.
O estudo examinou fatores de risco em 523 sobreviventes de AVC e os comparou com outros 523 adultos saudáveis. Foram analisados tanto os fatores tradicionais — como hipertensão arterial — quanto os chamados fatores “não tradicionais”, como enxaqueca com aura (quando há distúrbios visuais associados à dor de cabeça). O resultado apontou que esses fatores não tradicionais aumentam o risco de AVC em até 70%, enquanto os fatores tradicionais elevam o risco em cerca de 41%.
Entre os pacientes que sofreram AVC e tinham enxaqueca com aura, 23% relataram o sintoma. Esse número subiu para 46% entre aqueles que também apresentavam uma condição cardíaca chamada forame oval patente — uma pequena abertura entre as câmaras superiores do coração que geralmente se fecha após o nascimento, mas permanece aberta em cerca de 25% das pessoas.
Embora o forame oval patente seja geralmente considerado inofensivo, ele já foi associado a um risco ligeiramente maior de AVC. A descoberta de que a enxaqueca com aura é mais comum entre pessoas com essa condição reforça a necessidade de mais atenção médica a esse grupo.
O neurologista Dr. Jukka Putaala, autor principal do estudo, destacou a relevância do achado: “Ficamos surpresos com o papel dos fatores de risco não tradicionais, especialmente as enxaquecas, que parecem estar entre os principais fatores no desenvolvimento de AVCs em adultos jovens”.
Apesar dos resultados, os autores reconhecem limitações na pesquisa. Como o estudo é observacional, não é possível afirmar com certeza que a enxaqueca causa o AVC. Além disso, os dados foram autorrelatados pelos pacientes, o que pode gerar imprecisões.
Nos últimos anos, o número de AVCs entre jovens vem crescendo de forma misteriosa. Segundo análise do MailOnline, os casos entre homens com menos de 39 anos aumentaram quase 25% nas últimas duas décadas no Reino Unido, enquanto entre mulheres da mesma faixa etária a alta foi de apenas 1%.
Estima-se que cerca de 100 mil pessoas sofram AVCs por ano no Reino Unido, com muitos sobreviventes enfrentando sequelas. O custo anual do tratamento e dos cuidados relacionados aos AVCs gira em torno de 4,38 bilhões de libras, segundo a Stroke Association.
Sinais de alerta para AVC incluem:
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Fraqueza facial, com um dos lados do rosto caído;
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Dificuldade para levantar ambos os braços;
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Problemas na fala, como palavras arrastadas ou confusas.
Fonte: gazetabrasil
