Mídia: Trump escolhe diplomacia com o Irã apesar de pressão de conselheiros belicistas


Citando oficiais norte-americanos, o jornal afirma que o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Mike Waltz, e o secretário de Estado, Marco Rubio, faziam parte da linha-dura que defendia uma ação militar para destruir a capacidade nuclear de Teerã.
Do outro lado, o vice-presidente J.D. Vance, a diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, e o jornalista norte-americano Tucker Carlson estavam do lado que defendia uma abordagem mais moderada em relação ao Irã.
Estes, diz a reportagem, destacaram as possíveis consequências de um novo conflito no Oriente Médio.
“Assessores mais cautelosos apontam que estimativas da inteligência dos EUA sugerem que o Irã não tem intenção de construir armas nucleares e que os bombardeios provavelmente levariam a uma guerra regional mais ampla”, relata o jornal.
Reator nuclear de água de Arak, ao sul da capital iraniana, Teerã, durante visita do então chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, em 23 de dezembro de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 15.04.2025

Em discussões sobre o Irã, autoridades estadunidenses e israelenses também ponderaram se uma operação militar conseguiria desmantelar o programa nuclear iraniano, em vez de apenas atrasá-lo.
O New York Times noticiou no início desta semana que, após meses de discussões internas sobre a busca por diplomacia com o Irã, Trump impediu Israel de realizar um ataque planejado às instalações nucleares iranianas em maio.
No início de março, o presidente dos Estados Unidos enviou uma carta ao líder supremo do Irã, Ali Khamenei, propondo um novo acordo nuclear, ameaçando ação militar se a diplomacia falhasse. Em resposta, a liderança da República Islâmica descartou negociações diretas com a liderança em Washington, deixando a porta aberta apenas para o diálogo mediado por terceiros países.
Em 12 de abril, Omã sediou a primeira rodada de negociações indiretas entre o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, e o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi.
© AP Photo / Stringer, Mark SchiefelbeinMinistro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, à esquerda, fotografado em Teerã, Irã, terça-feira, 25 de fevereiro de 2025, e Steve Witkoff, à direita, enviado especial da Casa Branca, fotografado em Washington, quarta-feira, 19 de março de 2025

Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, à esquerda, fotografado em Teerã, Irã, terça-feira, 25 de fevereiro de 2025, e Steve Witkoff, à direita, enviado especial da Casa Branca, fotografado em Washington, quarta-feira, 19 de março de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 18.04.2025

Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, à esquerda, fotografado em Teerã, Irã, terça-feira, 25 de fevereiro de 2025, e Steve Witkoff, à direita, enviado especial da Casa Branca, fotografado em Washington, quarta-feira, 19 de março de 2025
Witkoff as descreveu como positivas e construtivas. Araghchi também classificou a atmosfera dessas conversas como construtiva e calma, agradeceu ao ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, por seus esforços no diálogo.
Uma nova rodada de discussões entre a República Islâmica e os Estados Unidos ocorrerá em 19 de abril. Na quinta-feira (17), o ministro iraniano chegou à Moscou onde se encontrou como o presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, e seu homólogo Sergei Lavrov.
Segundo Araghchi, após se encontrar com Witkoff amanhã (19) em Roma, sua próxima parada será em Pequim onde se reunirá com as autoridades do país.
Na esteira dessas negociações, em 16 de abril, Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), se encontrou com Araghchi e com o presidente da Organização de Energia Atômica do Irã, Mohammad Eslami, em Teerã, para discutir o programa nuclear do país.
Comentando a notícia do New York Times, Grossi classificou as ameaças de ataques às instalações nucleares iranianas como “inaceitáveis”.
“Os ataques em discussão podem não apenas agravar os problemas existentes, mas também criar consequências ambientais mais graves.”
Em 2015, Reino Unido, Alemanha, China, Rússia, EUA, França e Irã concluíram um acordo nuclear que previa o levantamento de sanções em troca de restrições ao programa nuclear da República Islâmica.
Os Estados Unidos retiraram-se do acordo em maio de 2018, durante o mandato anterior de Trump, e restabeleceram sanções contra a liderança de Teerã. Em resposta, o Irã anunciou uma redução gradual de seus compromissos no acordo, abandonando, em particular, as restrições à pesquisa nuclear e ao nível de enriquecimento de urânio.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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