No fim de março, uma crise diplomática entre Brasil e Paraguai foi iniciada após serem reveladas ações de espionagem contra autoridades paraguaias durante as negociações sobre as tarifas de compra de energia pelo Brasil da Usina Hidrelétrica de Itaipu. O caso teria acontecido entre o fim da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o início do mandato de Lula.
De acordo com a publicação, a reunião foi tensa e “chegou a ser interpretada como uma acareação entre Corrêa e Rodrigues”. Enquanto isso, para amenizar a situação, o Palácio do Planalto atribuiu a espionagem à antiga gestão. Porém, há suspeitas de que a ação teria continuado nos primeiros meses de 2023.
O jornal revelou ainda que, durante o encontro, o diretor-geral da PF informou que Alessandro Moretti, ex-número 2 da Abin demitido em janeiro do ano passado, teria autorizado a continuidade da espionagem.
Paraguai fala em ‘reabrir velhas feridas’ criadas pelo Brasil
No início do mês, o presidente do Paraguai, Santiago Peña, afirmou que a suposta espionagem digital contra instituições-chave do governo paraguaio “reabre velhas feridas” e reacende o “ódio e ressentimento” em relação ao país vizinho.
“O Paraguai tem uma história bastante dura na região. Em um momento de nossa história, enfrentamos uma guerra de extermínio, a Guerra da Tríplice Aliança, contra três irmãos: Uruguai, Argentina e Brasil. Foi liderada principalmente pelo Brasil, que ocupou território paraguaio por quase uma década. E esse episódio de espionagem reabre velhas feridas. Queremos deixar para trás essa história de ódio e ressentimento contra o Paraguai, mas percebemos que ela ainda existe”, declarou na época.
Em suas primeiras declarações públicas sobre o caso, Peña classificou o episódio como “uma notícia bastante desagradável”.
Os dois governos assinariam um novo acordo em 30 de maio para substituir o antigo Anexo C, que trata dos aspectos financeiros da hidrelétrica e deveria ter sido revisado 50 anos após a sua entrada em vigor, prazo encerrado em 2023.
Fonte: sputniknewsbrasil