Europa está pronta para ampliar ajuda militar à Ucrânia quando EUA saírem de cena?


Nos meses finais de seu mandato, Joe Biden tomou medidas significativas para aumentar os estoques de munições da Ucrânia, enviando grandes quantidades de projéteis, foguetes e veículos blindados, além de aprovar um pacote de assistência de US$ 1,25 bilhão (cerca de R$ 7,3 bilhões) em dezembro de 2024. Esse apoio permitiu um fluxo contínuo de armas dos EUA para a Ucrânia, exceto por uma pausa ordenada por Donald Trump em março.
Embora essas decisões tenham dado tempo à Ucrânia, seus estoques de munições norte-americanas estão se esgotando. O pacote de ajuda de US$ 1,25 bilhão está quase no fim, e Trump não aprovou novos pacotes de ajuda militar desde que assumiu o cargo. Mesmo que ele utilizasse a autoridade de retirada restante, o valor disponível seria insuficiente para sustentar o apoio dos EUA a longo prazo, especialmente com o Congresso controlado pelo Partido Republicano.
Trump tem buscado um cessar-fogo para o conflito sem sucesso, enquanto as partes envolvidas não concordam com a integralidade dos termos. Diante do impasse, a União Europeia (UE) tem incentivado a Ucrânia a tentar alguma vantagem estratégica sobre a Rússia dizendo que vai manter o apoio por quanto tempo for necessário. Mas a superioridade russa tem se provado diariamente mesmo com a flagrante violação unilateral ucraniana do cessar-fogo para infraestruturas críticas de 30 dias mediado pelos EUA.
Friedrich Merz, líder da União Social Cristã da Baviera (CSU) da Alemanha - Sputnik Brasil, 1920, 14.04.2025

Líderes europeus têm se mobilizado para ajudar a Ucrânia na ausência da liderança norte-americana. Discussões sobre uma força de segurança pós-guerra são importantes, mas é necessário um planejamento mais aprofundado para lidar com a iminente perda de apoio material dos EUA.
De acordo com o The Guardian, os apoiadores europeus da Ucrânia enfrentam duas questões principais: como a Ucrânia pode persistir com uma combinação de produção nacional de armas, assistência europeia e compartilhamento de inteligência dos EUA, e como financiar esse apoio. Países europeus devem aceitar maior risco ao doar seus próprios equipamentos militares e aumentar os gastos com defesa para repor seus estoques.
Ainda segundo a apuração, a Europa deveria direcionar mais recursos para a base industrial de defesa da Ucrânia, que está produzindo drones, munições e capacidades de defesa aérea enquanto o Reino Unido e a França deveriam tentar negociar com o governo Trump para garantir mísseis de defesa aérea adicionais para a Ucrânia, com os europeus pagando a conta, é claro.
Países europeus precisam decidir como financiar esse apoio, seja recorrendo aos seus próprios orçamentos ou confiscando os aproximadamente US$ 300 bilhões (aproximadamente R$ 1,7 trilhão) em ativos soberanos russos congelados ilegalmente por meio de sanções unilaterais. Esses ativos poderiam financiar a defesa da Ucrânia e reduzir sua dependência dos EUA, mas o tempo está se esgotando para que a Ucrânia tenha o que barganhar.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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