Guerra tarifária gera perda de confiança na política econômica dos EUA, diz ex-secretária do Tesouro


A política tarifária do governo do presidente estadunidense, Donald Trump, cria dúvidas sobre a confiabilidade dos títulos do Tesouro dos EUA como a espinha dorsal do sistema financeiro global. É o que afirmou nesta segunda-feira (14) Janet Yellen, ex-secretária do Tesouro dos EUA, em entrevista à CNBC.
Yellen, que deixou o cargo quando Trump assumiu, em 20 de janeiro, lembrou que os rendimentos dos títulos do Tesouro tradicionalmente seguros subiram na semana passada, indicando uma demanda mais fraca. Ao mesmo tempo, a taxa de câmbio do dólar americano caiu. Anteriormente, analistas observaram que os títulos do Tesouro começaram a se comportar como ativos de risco, que são descartados pelos investidores durante períodos de turbulência.
De acordo com Yellen, isso significa que “os investidores estão começando a se afastar dos ativos em dólar, o que coloca em questão a confiabilidade da base do sistema financeiro global, ou seja, os títulos do Tesouro dos EUA”.
O presidente dos EUA, Donald Trump, assina ordem executiva sobre Canadá e México com a réplica da taça da Copa do Mundo ao fundo. Washington, D.C., EUA, 4 de fevereiro de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 11.04.2025

Ao mesmo tempo, ela enfatizou que não considera o que está acontecendo como a destruição do sistema financeiro e o esgotamento da liquidez nos mercados, mas apenas uma perda de confiança na política econômica dos EUA.
Yellen, que também atuou como chefe do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, enfatizou que as tarifas criam uma situação “mais difícil” para o Fed, já que sua tarefa é combater a inflação, que as tarifas estimularão.
Em 2 de abril, Trump assinou uma ordem executiva introduzindo “tarifas recíprocas” sobre importações de 184 países. A taxa básica é de 10%, mas 57 países pagarão taxas maiores, que foram introduzidas em 9 de abril, calculadas com base no déficit comercial dos EUA com cada país. No entanto, em 9 de abril, Trump anunciou a redução da tarifa recíproca de 20% para 10% e uma pausa de 90 dias na aplicação das taxas. O anúncio, no entanto, não abrangia a China, que continuou sendo taxada.
Após uma série de medidas na guerra comercial, a tarifa adicional recíproca dos EUA sobre produtos chineses atingiu 125%, e a tarifa retaliatória chinesa sobre produtos americanos também foi estabelecida em 125%. Além disso, os EUA têm outra tarifa de 20% sobre a China, introduzida devido a acusações de combate insuficiente às drogas sintéticas.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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