O Ford Ka surgiu em 1997 como um carro de entrada para brigar com outros populares como Volkswagen Gol, Chevrolet Corsa e Fiat Uno. Para isso apostou no velho motor espanhol Endura-E, oriundo da linha Fiesta. Nem mesmo a deficiência do espaço apertado e visual ‘New Edge’, que dividia opiniões, o tirou de ganhar manchete nas principais revistas e jornais.
A melhor notícia chegou no ano seguinte com a eleição do Carro do Ano 1998, premiação realizada pela revista Auto Esporte. Mais tarde, em 2001, chegou a versão esportiva XR “Experimental Research” (Pesquisa Experimental), uma herança do Ford Escort (XR3).
O Ford Ka XR ganhou a sua primeira reestilização, junto às versões mais mansas, em 2002, com mudanças mais concentradas na traseira, a exemplo do novo formato das lanternas, para-choques e tampa do porta-malas que passou a abrigar a placa de licença. É dessa “safra” o nosso belo homenageado das fotos, à venda pela Escuderia Coqueiro.
Trata-se de um XR 2004 na rara cor azul Maresias equipado de série com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricos, freios a disco dianteiro ventilados e rodas exclusivas de alumínio de 14 polegadas. Como opcional, este exemplar conta com dois airbags (motorista e passageiro).
O preço desta unidade do Ford Ka XR é de R$ 34 mil reais, nada muito absurdo para um modelo esportivo e raro de se encontrar nos dias de hoje. Apenas como parâmetro, a tabela Fipe é de pouco mais de R$ 20 mil.
Seja como for, no mercado de usados, onde está disponível em poucas unidades, o Ford Ka XR ainda é um esportivo que não inflacionou, a exemplo do VW Gol GTi, Honda Civic VTi, entre outros. Autoesporte fez uma pesquisa nos principais sites de classificados e encontrou unidades com valores médios de R$ 26,5 mil. Nada mal para um neo colecionável que pode valorizar com o tempo.
O visual esportivo do subcompacto da Ford era complementado pelas saias laterais, brake light, aerofólio na tampa traseira, para-choques e capas dos retrovisores externos pintados na cor do carro, bem como ponteira do escapamento cromada. Na parte interna, o cluster de fundo branco agrupa velocímetro, conta-giros e nível de combustível. Mais ao centro do painel, há um simpático relógio analógico.
“Os bancos e forrações de porta contam com couro legítimo, feitos especialmente para ele na época, o que deixou este exemplar ainda mais interessante”, comenta Leonardo Campos da Escuderia Coqueiro.
O Ka XR veio com a proposta de agradar principalmente os jovens, tendo em vista o seu espaço reservado para apenas dois adultos à frente e, quando muito, duas crianças de estatura média no banco traseiro. Outra deficiência era o porta-malas com capacidade para apenas 186 litros. O modelo surgiu em 2001 e a sua estadia no segmento dos esportivos durou até 2007, quando a linha Ka foi reestilizada, desta vez, homologada para cinco pessoas.
Mas, se o Ka pecava no espaço interno, o espírito esportivo mostrava a sua graça. Dotado do mesmo motor do Fiesta, o endiabrado XR fez as honras de ser o primeiro Ka a ser equipado com o Zetec Rocam de 1,6 litro. Regido pelo câmbio manual de cinco marchas com relações curtas, o subcompacto tinha um desempenho condizente com a sua espiritualidade.
Os 95 cv de potência a 5.500 rotações e torque de 14,2 kgfm a 3 mil giros eram suficientes para ir de 0 a 100 km/h em 10,8 segundos e chegar aos 186 km/h de velocidade final. Seu principal oponente, o Volkswagen Gol Turbo 1.0 16V com 86 kg a mais nas costas (1.016 kg) cumpria a mesma tarefa em 9,5 s e máxima de 192 km/h.
Só que mesmo sendo mais lento que o hatch da Volks, o Ka XR tinha um Ás na manga: a economia de combustível. Movido só a gasolina, fazia 10,5 km/l na cidade e 14,1 km/l na estrada. No perímetro urbano, a diferença entre os dois esportivos chegava a até 45% a favor do carro da Ford.
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Fonte: direitonews