Por que comprar um carro em 2025 vai ficar mais caro?


No ano passado, o Brasil destacou-se dentre os principais mercados do mundo como o país que registrou o maior aumento de vendas de veículos novos. Na comparação com 2023, o crescimento foi de 14,1%, enquanto as vendas globais subiram 2%. O ano foi, ainda, marcado pela maior venda de novos e usados da história, com 14,2 milhões de unidades. Como consequência, o país voltou à oitava posição no ranking de produtores.

O cenário positivo se sustentou, sobretudo, na maior oferta de crédito. Segundo dados da B3, em 2024, as vendas financiadas, entre novos e usados, somaram 7,2 milhões de unidades, alta de 20,4% em relação ao ano anterior.

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Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) indicam que em 2024 a concessão de crédito para Pessoa Física cresceu 36,3% e os financiamentos representaram 44% do mercado de novos.

Além de índices macroeconômicos favoráveis, como queda na taxa de desemprego, ajudou na oferta de linhas de financiamento a nova lei que facilita a retomada de carros por inadimplência.

Mas tudo mudou no último mês do ano. A alta do dólar e incertezas em torno da inflação e da economia fizeram o Banco Central (BC) acelerar o ritmo de alta da taxa Selic, os juros básicos da economia. Atualmente, o patamar está em 14,25% ao ano, com viés de alta.

Em comunicado, o Copom apontou as incertezas em relação ao cenário externo e ao corte de gastos públicos no Brasil. E informou a intenção de elevar ainda mais a taxa nos próximos meses.

A equipe técnica da Anfavea, que havia preparado projeções de produção e vendas para 2025, para anunciá-las numa entrevista marcada para o dia seguinte à reunião do Copom, teve que, às pressas, de madrugada, refazer os cálculos.

Inicialmente, a entidade previa um mercado já na casa de 3 milhões de veículos em 2025. Porém, diante não apenas do aumento da taxa básica de juros naquele dia mas, principalmente, da indicação do Banco Central de que haverá novas elevações, preferiu recuar. Reduziu a previsão deste ano para a faixa de 2,8 milhões de veículos, um crescimento de 6,3% em relação a 2024.

A desaceleração da expansão do crédito é também esperada pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave). A entidade que representa os concessionários anunciou previsão de crescimento de 5% nas vendas em 2025, o que resultaria em 2,76 milhões de unidades, cálculo ainda mais conservador que o da Anfavea.

Este será um ano com maior oferta de modelos, novas marcas e a consolidação das chinesas. Mas, com juros mais altos, não há como evitar o aumento do custo de aquisição de um carro e a consequente desaceleração das vendas.

É possível que o consumidor seja, por outro lado, beneficiado por uma concorrência entre marcas mais acirrada. Resta, ainda, esperar que o cenário econômico do país favoreça o recuo dos juros. Porque historicamente, o mercado de veículos sempre funcionou embalado pela oferta de crédito.

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Fonte: direitonews

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