“Mais de 100 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas como resultado do ataque lançado ontem [sexta-feira] pela RSF contra o campo de Zamzam”, disse o chefe do departamento de saúde do estado de Darfur do Norte, Ibrahim Khatir, ao Sudan Tribune.
Segundo o relatório, entre os mortos estão profissionais de saúde e funcionários da organização humanitária Relief International.
Os confrontos no Sudão entre as Forças de Apoio Rápido, sob o comando de Mohamed Hamdan Dagalo, e o Exército regular do país começaram em 15 de abril de 2023. As partes trocam declarações contraditórias sobre os sucessos nas operações de combate e nas áreas controladas, e promovem uma guerra de informação em grande escala nos meios de comunicação e nas redes sociais.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha alertou que o confronto armado continuado pode causar surtos de doenças e um colapso fatal do sistema de saúde do país.
Nos últimos meses, o exército regular realizou uma ofensiva contra posições da RSF em Cartum e em várias províncias.
O chefe da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse anteriormente que o número de mortos no conflito no Sudão já ultrapassou 20 mil.
De acordo com a Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), quase 13 milhões de pessoas fugiram de suas casas desde o início da guerra civil, que já dura mais de dois anos.
Quase 4 milhões cruzaram a fronteira para os países vizinhos Egito, Sudão do Sul, Chade, Líbia, Etiópia, República Centro-Africana e Uganda. O deslocamento continuou a se agravar no segundo ano do conflito, com mais de 1 milhão de pessoas fugindo do Sudão.
“As pessoas que buscam proteção internacional relatam experiências de violência sexual sistêmica e outras violações dos direitos humanos, além de testemunhar massacres. Metade são crianças, incluindo milhares desacompanhadas, sem qualquer família. O Sudão é agora o país com o maior número de pessoas deslocadas como refugiados na África”, diz o informativo da ACNUR.
Fonte: sputniknewsbrasil