Astrônomos resolvem mistérios antigos em Urano: até mesmo no espaço, segundos fazem diferença


As medições mais precisas até agora indicam que um dia em Urano dura 17 horas, 14 minutos e 52 segundos, 28 segundos a mais do que os dados da Voyager 2 de 1986. Essa diferença, embora pequena, é extremamente significativa para a comunidade científica planetária, pois resolve problemas antigos relacionados aos sistemas de coordenadas baseados em períodos de rotação desatualizados, que dificultavam o rastreamento dos polos magnéticos de Urano.
Urano e Netuno, os planetas mais externos do Sistema Solar, estão a grandes distâncias do Sol, tornando-os difíceis de estudar e acessíveis apenas pela missão Voyager de décadas atrás. As informações sobre esses gigantes de gelo são limitadas e podem ser distorcidas pelas condições específicas dos sobrevoos, tornando a obtenção de novos dados desafiadora.
A imprecisão na duração do dia uraniano causou confusão, especialmente na orientação dos polos magnéticos, que se perdeu poucos anos após o sobrevoo da Voyager 2. Para recalcular a duração do dia, os pesquisadores analisaram dados do Telescópio Espacial Hubble entre 2011 e 2022, observando as auroras ultravioleta de Urano, geradas de forma semelhante às auroras na Terra.
Uma lua gigante aparece diante de um planeta gigante passando por mudanças sazonais nesta visão colorida natural de Titã e Saturno da sonda Cassini da NASA - Sputnik Brasil, 1920, 12.03.2025

As auroras são fenômenos causados quando as partículas transportadas pelo vento solar colidem com a magnetosfera planetária e são transportadas e aceleradas ao longo das linhas do campo magnético até as latitudes polares, onde são lançadas na atmosfera superior. Então, as interações entre as partículas na atmosfera e as partículas solares incidentes produzem um brilho no céu.
Ao rastrear as auroras ultravioletas, o astrofísico Laurent Lamy, do Observatório de Paris, e seus colegas conseguiram localizar e traçar os polos — que devido a orientação quase paralela do eixo de rotação de Urano à eclíptica os torna mais difíceis de encontrar — e usaram essa informação para medir com precisão a duração do dia uraniano.
Essa medição é a mais precisa até agora para um planeta gigante, mais precisa até do que as medições de Júpiter. A técnica pode ser aplicada a outros planetas gigantes para obter medições precisas de suas taxas de rotação interna.
Com este novo sistema de longitude, agora é possível comparar observações de auroras abrangendo quase 40 anos e até mesmo planejar a próxima missão a Urano, afirmou Lamy.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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