Além do Brasil, onde está à venda desde o final do ano passado, a BYD Shark também é oferecida em outro grande mercado consumidor de picapes médias: a Austrália. Por lá, a caminhonete híbrida acaba de ser submetida aos testes de segurança do órgão regulador local, o ANCAP, e chamou atenção pelo bom resultado conquistado.
De acordo com o relatório do ANCAP (Australasian New Car Assessment Program), a Shark obteve nota máxima de 5 estrelas no cômputo geral e performance positiva também em quesitos específicos. Foi o caso da proteção para ocupantes adultos e da avaliação dos sistema assistência de segurança, onde a picape registrou pontuações de 85% e 86%, respectivamente.
Com o resultado, a picape da BYD se igualou a outras caminhonetes já testadas pela entidade com base nos mais recentes protocolos de avaliação: a Mitsubishi Triton e a JAC Hunter, ambas também vendidas no Brasil. Outros modelos conhecidos dos brasileiros, como Ford Ranger e Toyota Hilux, também ostentam nota máxima no ANCAP, mas neste caso com base nos protocolos de 2022 (menos rigorosos que os atuais).
Apesar da nota máxima, a Shark também recebeu críticas dos examinadores. O relatório aponta como pontos sensíveis em caso de colisão, tanto com outros veículos quanto com pedestres, o peso em ordem de marcha de 2.710 kg e o design frontal quadrado. “Devido ao seu tamanho, peso e design frontal, a BYD Shark representa um risco maior para os ocupantes de outros veículos”, disse.
Além disso, a caminhonete não foi tão bem nas provas de proteção para ocupantes infantis. O ANCAP chegou a registrar 95% de proteção, mas alterou a nota no último minuto por conta de complicações no funcionamento do sistema de detecção de presença infantil (CPD). O recurso é capaz de ativar o sistema de ar-condicionado para resfriar a cabine se detectar alguém sentado na parte traseira após o veículo ter sido desligado.
Segundo a entidade, o sistema “não atende aos requisitos funcionais da ANCAP”, resultando em uma pontuação zero para essa área de avaliação. Com isso, a nota final da Shark para ocupantes infantis ficou em 87%.
Primeira picape híbrida plug-in do Brasil, a BYD Shark mede 5,45 metros de comprimento, 3,26 m de entre-eixos, 1,92 m de altura e 1,97 m de largura. A caçamba acomoda 1.200 litros, mas a capacidade de carga é menor que a das concorrentes a diesel que levam uma tonelada. Na Shark, a carga máxima é de 790 kg, pouco mais que uma Fiat Strada (720 kg).
Mecanicamente, o conjunto híbrido plug-in (PHEV) chamado DMO é formado por um motor 1.5 turbo a gasolina quatro-cilindros de 183 cv e 26,5 kgfm e outros dois elétricos, um sobre cada eixo. O dianteiro tem 231 cv e 31,6 kgfm e o traseiro, 204 cv e 34,6 kgfm. Combinados, os três motores entregam 437 cv de potência e 65 kgfm de torque.
O câmbio automático tem apenas uma marcha física, como nos Honda e:HEV. As demais relações são complementadas pelos motores elétricos. A tração é 4×4. Em nosso teste no Rota 127 Campo de Provas, a Shark levou 5,8 segundos para ir de 0 a 100 km/h.
As baterias Blade por lâminas de LFP (lítio-ferro-fosfato) têm 29,6 kWh de capacidade. Assim, garantem uma autonomia de 57 km em modo elétrico, segundo o Inmetro. A recarga lenta (AC) pode ser feita a até 6,6 kW. Já a recarga rápida (DC) pode chegar a 55 kW.
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Fonte: direitonews