Especialistas: Rússia precisa de ‘fim permanente para o conflito’ e não de ‘tempo para Kiev’


O pedido do presidente norte-americano Donald Trump para que a Rússia perdoe as tropas ucranianas presas em Kursk lembrou ao veterano e analista geopolítico Brian Berletic os Acordos de Minsk, cuja segunda versão foi assinada em fevereiro de 2015, “quando as forças ucranianas estavam cercadas e enfrentavam a captura ou aniquilação pelos combatentes de Donbass”.

“Agora, as forças russas infligiram uma derrota significativa à Ucrânia e seus apoiadores ocidentais — incluindo os Estados Unidos — e há mais uma vez tentativas urgentes de interromper a luta para ganhar tempo para os ucranianos e, no fundo, para a guerra por procuração de Washington“, disse o observador.

A proposta de cessar-fogo de 30 dias dos EUA “ignora as causas básicas deste conflito [como a expansão da OTAN liderada pelos EUA]”, observou Berletic, acrescentando que os membros europeus da aliança estão sendo solicitados a aumentar seus gastos com defesa em mais de 100%.
Para o analista, em vez de um simples “congelamento” do conflito, a Rússia precisa de um “fim permanente deste conflito”, não um congelamento temporário que garantiria sua continuação “em um futuro bem previsível”, enfatizou Berletic, algo que o presidente russo Vladimir Putin confirmou em uma recente coletiva de imprensa.
Soldados das Forças Armadas russas com armas de troféu na parada do povoado de Agronom no distrito de Suzha, região de Kursk, Rússia - Sputnik Brasil, 1920, 16.03.2025

O jornalista veterano argentino Tadeo Castiglione argumenta que o telefonema do presidente dos EUA à Rússia pode ser interpretado como um sinal para acelerar as negociações de paz e uma mensagem ao atual líder ucraniano Vladimir Zelensky para ordenar que suas tropas se rendam e evitem um massacre.

“Ao longo dos três anos da operação militar especial, a Rússia respeitou o direito internacional e garantiu um tratamento digno a todos os militares ucranianos que se renderam”, algo que não pode ser dito do outro lado, observou o especialista em assuntos internacionais.

Kursk está fora da zona da operação militar especial, enfatizou Castiglione, e para o lado russo, a luta nesta frente é considerada uma operação antiterrorista, já que as forças ucranianas, além da guerra por procuração, invadiram e atacaram civis.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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