Putin aceita negociar cessar-fogo com Ucrânia apenas se for para alcançar ‘paz duradoura’


“Estamos de acordo com as propostas para deter os combates, mas partimos da suposição de que o cessar-fogo deve conduzir a uma paz duradoura e eliminar as causas iniciais desta crise”, declarou Putin em conferência de imprensa em Moscou. “Mas há questões que exigem uma pesquisa minuciosa de ambos os lados, […] há perguntas que precisamos discutir, e creio que devemos falar disso com nossos colegas e parceiros estadunidenses e, talvez, ter uma conversa com o presidente [Donald] Trump e discutir isso com ele”, comentou Putin.

Ao lado do presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, com quem teve uma reunião, o líder russo sinalizou a necessidade de desenvolver um mecanismo para controlar possíveis violações da trégua e destacou que Moscou vai buscar garantias para que Kiev não utilize a pausa nas hostilidades para se rearmar e continuar com a movimentação militar.
As declarações foram dadas depois da chegada do enviado especial de Trump, Steve Witkoff, a Moscou para conversas sobre uma possível trégua de 30 dias, que a Ucrânia aceitou na última terça-feira (11).
Na mesma coletiva, Putin alertou que a Ucrânia pode usar um cessar-fogo temporário para mobilização forçada e fornecimento de armas e que a Rússia negociará os próximos passos para acabar com o conflito com base na situação “no terreno”.
“Quem dará ordens para cessar as hostilidades? E quanto valerão essas ordens, ao longo de 2 mil quilômetros [da fronteira entre os dois países]? Quem decidirá onde houve violação do possível acordo de cessar-fogo ao longo de toda a linha de 2 mil quilômetros, e quem será culpado? Quem será responsabilizado pela violação do cessar-fogo?”, questionou o líder russo.
O presidente Donald Trump demonstrou otimismo em relação ao diálogo com a Rússia e à declaração de Putin e disse que adoraria se encontrar com o homólogo, em meio às negociações em andamento sobre um possível acordo de paz na Ucrânia, ocorridas anteontem na Arábia Saudita, entre representantes norte-americanos e ucranianos.

“Adoraria me encontrar [com Putin] e conversar com ele”, disse o presidente, segundo a equipe de imprensa da Casa Branca, após seu encontro com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte.

Presidente russo, Vladimir Putin, em reunião em um dos postos de comando do grupo de Kursk. Março de 2025. - Sputnik Brasil, 1920, 12.03.2025

Putin agradeceu a Trump “por prestar tanta atenção à resolução na Ucrânia”, e aos líderes de China, Índia, Brasil e África do Sul pela “nobre missão de ajudar a acabar com os combates”, além de adiantar que não aceitará observadores de nenhum membro da OTAN para monitorar uma possível trégua.
Por fim, Putin comentou que, se houver uma cooperação em energia com os EUA, um “gasoduto” pode ser fornecido à Europa.
Na terça-feira (11), os EUA suspenderam a ajuda militar a Kiev, e ontem (12), Trump disse que “a bola agora está com a Rússia”. Com cerca de US$ 3,85 bilhões (cerca de R$ 21 bilhões) em fundos autorizados pelo Congresso para futuros envios de armas à Ucrânia, a administração Trump ainda não mostrou disposição para usar esse dinheiro.

Putin faz visita a Kursk

Também na coletiva, o presidente russo informou que o grupo de militantes ucranianos que invadiu a área da fronteira de Kursk está completamente isolado e deverá “se render ou morrer”.
Ontem Putin visitou a região de Kursk na zona da operação militar especial e declarou que “a região deve ser “libertada do inimigo em um futuro próximo”, propondo também a criação de uma zona de segurança ao longo da fronteira do território.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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