“Isso significa que os países vão desdolarizar a economia deles? Com certeza isso vai acontecer. Mas é em longo prazo, porque não dá para fazer da noite para o dia”, alega.
“O americano, uma das brigas maiores deles com a China, é justamente isto: que o chinês fica desvalorizando a moeda para que o produto dele fique mais barato. E assim, óbvio que ele ganha no comércio internacional, mas isso não pode ser feito. Daí o chinês, o que ele faz? Ele, de certa forma, tem que criar um mecanismo de valorização da moeda […]. Ou seja, a desvalorização acontece naturalmente. Ele não precisa criar mecanismos falsos. E, por outro lado, ele tem que tomar cuidado para não valorizar demais”, explica.
“Não sei se isso significaria necessariamente nem algo muito planejado para uma saída do uso do dólar nas transações internacionais, por um lado, e muito menos um processo de efetiva concretização disso. Mas é claro, sim, que os players globais, as grandes nações — tanto as maiores quanto as menores — vêm mantendo e vêm reduzindo gradualmente as reservas internacionais de moeda americana, mas isso por razões das mais diversas, e não necessariamente algo muito planejado ou pensado com antecedência”, afirma.
“Há um claro posicionamento do atual presidente dos Estados Unidos que ele não vê com bons olhos […]. Esse gradual aumento das transações entre os países do BRICS na busca não apenas da moeda comum — que a gente já viu que foi rechaçada do ponto de vista do governo americano —, mas também de negociar entre eles de formas alternativas.”
Fonte: sputniknewsbrasil