Quando lançou o Up!, mais de dez anos atrás, a Volkswagen queria revolucionar o segmento de carros de entrada na Europa e no Brasil. O pequeno hatch passou longe de cumprir o objetivo em todos os mercados e, hoje, virou um carro do passado. Agora, a fabricante mira o futuro com uma receita parecida, a do ID.1, futuro subcompacto elétrico e barato que chegará ao mercado em 2027.
O Volkswagen ID.1 foi antecipado nesta quarta-feira (5) pelo conceito ID.Every1. O grande objetivo da marca será posicionar seu futuro elétrico de entrada com um preço de 20 mil euros (cerca de R$ 125 mil na conversão para o real). É um valor convertido equivalente ao que a empresa deve cobrar no Brasil pelo SUV de entrada Tera no Brasil, mas por um hatch subcompacto, de porte bem menor, embora elétrico e cheio de novas tecnologias.
Precisamos lembrar que a Volkswagen foi uma das primeiras marcas generalistas com uma aposta estruturada numa gama de carros elétricos, a partir de uma plataforma modular específica, chamada MEB. Ainda em 2019, portanto seis anos atrás, o ID.3 foi o primeiro representante dessa nova família.
Entretanto, apesar de todos os modelos da linha serem veículos muito amplos em espaço interno, a fabricante cometeu erros ao longo do caminho: preços elevados, autonomia limitada, design exterior sem brilho, conceito simplista e falhas nos acabamentos. Tudo isso impediu que as vendas decolassem.
Para termos uma ideia da situação comercial delicada da família ID, enquanto encontramos seis Volkswagen com motores a combustão entre os 50 modelos mais vendidos na Europa atualmente, nenhum elétrico da marca está na lista. E se um Golf vendeu 216 mil unidades no velho continente em 2024, o primo elétrico ID.3, de porte similar, não foi além de 54 mil emplacamentos, volume 75% menor.
O pequeno ID.1 virá com certo atraso para tentar ajudar a corrigir essa trajetória. Os alemães querem o futuro subcompacto rondando os 20 mil euros, algo que Citroën e-C3 e Renault 5 já oferecem. E, ainda assim, em um patamar de preço um pouco mais alto do que a concorrência chinesa, mesmo carregada com as tarifas protecionistas europeias.
Apesar de tudo, executivos da Volkswagen estão mais otimistas desde a apresentação, algumas semanas atrás, do conceito ID.2All, que dará vida ao compacto elétrico ID.2, de dimensões similares às de um Polo e preço de entrada na casa dos 25 mil euros (pouco menos de R$ 160 mil). Sua data de chegada está prevista para 2026.
Assim como o ID.2, o ID.1 usará a mesma plataforma MEB de tração dianteira – os primeiros ID, como o ID.4 e a ID.Buzz trazidos ao Brasil, são de tração traseira. O uso das expressões “All” (todos) e “Every1” (everyone ou “todo mundo”) nos conceitos manifesta o desejo da Volkswagen de, no futuro, cumprir o que diz o próprio nome da marca e chegar a todos os clientes com sua gama de elétricos.
Com um comprimento de 3,88 metros, entre os 3,69 de um Up”! brasileiro e os 4,07 m do Polo – o ID.2 terá 4,05 m – o ID.1 deve oferecer espaço razoável para quatro adultos e um volume de porta-malas de 305 litros. As curtas projeções de carroceria, a generosa largura de 1,81 metro e a superfície vidrada relativamente baixa conferem-lhe um ar de “guerreiro urbano”.
Mais importante, suas formas e proporções são tradicionais da Volkswagen há décadas e estão visíveis na posição e desenho do para-brisa, além do vidro traseiro, para-choques e colunas C.
Por dentro, o painel é marcado por um quadro de instrumentos digital não tão pequeno nem simplista como nos primeiros ID, mesmo de segmentos superiores, e pela grande central multimídia acompanhada de botões físicos para regulação do ar-condicionado e do sistema áudio. Os comandos puramente digitais ou por controles touch têm sofrido rejeição de consumidores europeus.
A flexibilidade do interior é ainda destacada pelo console entre os bancos dianteiros, que pode ser usado como apoio de braço ou recuado para virar uma espécie de prateleira na segunda fileira. Os bancos também podem assumir diferentes posições, sendo rebatidos ou reclinados, servindo a um leque de propósitos o mais amplo possível.
Sobre a motorização, sabemos apenas que o ID.1 vai ser um carro de tração dianteira, no qual o motor elétrico terá de 95 cv de potência, permitindo uma velocidade máxima de 130 km/h e autonomia mínima de 250 km no ciclo europeu WLTP. Entretanto, o tipo e a capacidade das baterias ainda são desconhecidos.
O Grupo Volkswagen vai produzir o ID.1 e também o ID.2 em versões para suas subsidiárias europeias Skoda e Cupra. O local onde o subcompacto elétrico será produzido ainda não está confirmado, mas fontes da Volkswagen Alemanha afirmam que Portugal tem fortes probabilidades de ser o país escolhido para sua produção, na fábrica de Autoeuropa em Palmela, ao sul da capital Lisboa.
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Fonte: direitonews
