Da Redação
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, mais uma vez demonstrou sua fragilidade política ao lidar com um setor fundamental para a economia do país: o agronegócio.
Sua incapacidade de dialogar com a bancada ruralista e a falta de comunicação eficaz sobre a crise de recursos do Plano Safra obrigaram o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a intervir para acalmar os ânimos e evitar um rompimento ainda maior entre o setor e o governo federal.
O problema começou quando Fávaro falhou em avisar antecipadamente ao Congresso Nacional que os recursos do Plano Safra haviam se esgotado.
Em vez de adotar uma postura diplomática para contornar a situação, optou por uma declaração desastrosa e provocativa ao afirmar que os parlamentares deveriam “votar o orçamento e parar de conversa fiada”.
Essa atitude, além de desnecessária, apenas aumentou a animosidade entre o governo e o setor agropecuário, que já vinha demonstrando resistência à gestão petista.
Com a bancada ruralista em polvorosa e sem interlocutor no Ministério da Agricultura, coube a Fernando Haddad o papel de bombeiro.
O titular da Fazenda precisou telefonar para o líder da bancada ruralista na Câmara, deputado Pedro Lupion (PP-PR), e anunciar uma Medida Provisória para liberar R$ 4 bilhões ao programa de financiamento dos produtores.
Essa movimentação, que deveria ser liderada por Fávaro, mostrou o desprestígio do ministro dentro do governo e sua incapacidade de negociar com um dos setores mais poderosos do país.
A ausência de articulação política também ficou evidente na postura passiva da Casa Civil e do Ministério das Relações Institucionais, que, teoricamente, deveriam atuar na interlocução com o Congresso. O vácuo de liderança permitiu que o problema escalasse, gerando uma crise evitável e desnecessária.
A resposta do Congresso às cobranças do governo foi clara: a responsabilidade pela demora na votação do orçamento também é do Executivo, que sequer enviou as projeções de inflação, fundamentais para a elaboração da lei orçamentária.
Essa falha só reforça o descompasso entre os ministérios e a falta de planejamento na gestão dos recursos públicos.
O resultado da desastrosa condução de Fávaro é um desgaste ainda maior do governo Lula com o setor agropecuário, que já tem pouca simpatia pela atual gestão.
Ao demonstrar falta de traquejo político, despreparo na articulação e desrespeito com a bancada ruralista, o ministro da Agricultura expõe a fragilidade do governo na relação com um dos pilares da economia nacional.
A questão que fica é: até quando Lula vai sustentar um ministro que, ao invés de pacificar, só cria mais atritos?
Fonte: abroncapopular