Iniciativa pioneira que certifica a sustentabilidade na primeira etapa industrial da cadeia produtiva do algodão, o beneficiamento, o Programa Algodão Brasileiro Responsável para Unidades de Beneficiamento (ABR-UBA), da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), registrou um marco significativo na safra 2023/2024. Com 114 unidades de beneficiamento certificadas, ante 99, no ciclo anterior (safra 2022/2023), o programa alcançou 67% do volume total de algodão produzido no Brasil, equivalente a 2,45 milhões de toneladas.
“A certificação ABR-UBA é uma mostra clara da preocupação do cotonicultor brasileiro com a sustentabilidade, promovendo práticas responsáveis, desde o campo até o beneficiamento. Acreditamos que esta é uma iniciativa que gera benefícios compartilhados e reforça a importância do algodão como uma fibra têxtil em dia com as agendas dos nossos tempos”, destaca Gustavo Piccoli, presidente da Abrapa. Com resultados expressivos e perspectivas de crescimento, a certificação ainda contribui para a imagem internacional do algodão brasileiro, ampliando sua competitividade e alinhamento com exigências globais nos âmbitos sociais, ambientais e de governança.
Criado em 2021, o ABR-UBA é a derivação do Algodão Brasileiro Responsável, o ABR, um dos protocolos de certificação de fibra produzida em parâmetros responsáveis para o beneficiamento do algodão. Ele inclui auditorias independentes, realizadas por empresas internacionalmente acreditadas. Na última avaliação, foram credenciadas ABNT, Genesis Certificações e Qima WQS, que verificam 170 critérios, desde a segurança do trabalhador até o gerenciamento de resíduos e a eficiência energética.
A certificação abrangeu algodoeiras em 47 municípios de oito estados brasileiros, com Mato Grosso liderando a adesão, somando 65 unidades certificadas e um volume beneficiado de mais de 1,5 milhão de toneladas, seguido pela Bahia, com 30 algodoeiras e 558.404 toneladas. Juntas, as UBAs certificadas geraram 9.106 empregos diretos.
Atenção ao trabalhador
Com o pilar social sendo o DNA do programa, o protocolo também inclui atendimento às normas regulamentadoras, como a NR-10, NR-13 e NR-23, que tratam da instalação elétrica, vasos de pressão e prevenção de incêndios, respectivamente. Saúde e bem-estar do trabalhador, e, sobretudo, sua segurança no ambiente de trabalho, com redução de riscos de acidentes e doenças laborais são pontos cruciais embarcados na certificação ABR-UBA.
Melhoria contínua
O ABR-UBA introduz práticas que auxiliam, também, na gestão eficiente e padronização dos processos, como cuidados para evitar a contaminação dos fardos, garantindo a integridade daqueles armazenados, além de promover a padronização de tamanho e peso dos fardos de pluma.
Além das unidades certificadas, 51% das algodoeiras ativas no Brasil já participam de etapas de suporte e orientação das associações estaduais para futura certificação, demonstrando o crescente compromisso do setor com a sustentabilidade e as melhores práticas.
Fonte: noticiasagricolas