Portugal importou mais de 300.000 toneladas de hidrocarbonetos da Rússia depois que ela começou uma operação especial na Ucrânia e foram impostas sanções ocidentais em resposta, segundo reportagem de quinta-feira (29) do jornal português Público.
Os carregamentos teriam sido transportados em cinco navios que acabaram atracando no porto de Sines, sul de Portugal, e incluíam produtos petrolíferos e gás natural liquefeito (GNL).
Questionada pela Investigate Europe, a administração do porto confirmou os atracamentos, mas recusou indicar os nomes dos compradores do gás e petróleo.
O Público nota ainda que seis navios de bandeira portuguesa transportaram carvão entre portos russos e diversos países europeus. Os barcos pertenciam a duas empresas no Funchal, no arquipélago da Madeira português, e o Registo Internacional de Navios da Madeira oferece benefícios fiscais às que decidam criar uma sede na cidade e registar aí suas embarcações.
“Isto aconteceu enquanto Portugal se apresentava como a alternativa para a dependência europeia dos hidrocarbonetos russos e Bruxelas definia sanções contra este tipo de importações”, constata o jornal, em referência aos planos do país de receber GNL no porto de Sines e o transportar por gasoduto a Espanha e outros países europeus.
Guerra econômica contra a Rússia
Os países ocidentais, incluindo da União Europeia e Portugal, um Estado-membro do bloco, impuseram sanções abrangentes contra a Rússia a partir de 24 de fevereiro, prometendo abandonar a maior parte do comércio com o país e minimizar o dinheiro recebido pelo país para minar a operação especial. No entanto, muitos artigos na mídia ocidental revelam um panorama em que a economia da Rússia se aguenta bem com os efeitos das restrições.
Apesar das declarações públicas dos políticos europeus, não há restrições em vigor ou planejadas para o gás russo por parte de Bruxelas, enquanto o embargo faseado do petróleo e produtos derivados começa em dezembro.
Vários relatos ao longo dos meses têm revelado a continuação da entrada do petróleo e gás em países europeus, havendo inclusive um aumento de importações por parte de empresas europeias, que temem a entrada em vigor do embargo petrolífero, e pela Espanha no que toca ao gás russo.