Renault do Brasil terá a chinesa Geely como sócia na produção nacional


A francesa Renault e a chinesa Geely já são parceiras em diferentes empreitadas ao redor do mundo. Por exemplo, a gigante asiática tem participação societária global na Horse, recém criada divisão de motores da fabricante francesa.

Ambas também desfrutam de uma joint venture na Coreia do Sul, na qual a Geely possui 34% das ações da Renault. Este segundo acordo gerou, entre outros produtos, o Grand Koleos, SUV híbrido plug-in que compartilha a plataforma CMA com o Volvo XC40 e será vendido no Brasil já em 2025, conforme revelado em primeira mão por Autoesporte.

Agora, nossa reportagem pode afirmar que a Geely está muito próxima de se tornar sócia da Renault do Brasil. Segundo fontes ligadas à operação chinesa que está se instalando em nosso país, a consolidação da sociedade em âmbito nacional está em seus últimos detalhes de negociação e deve ser anunciada nos próximos dias.

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Não se sabe, ainda, qual será o percentual de participação da Geely nas ações da filial brasileira da marca, mas afirma-se que deve ser algo similar ao que acontece na Coreia do Sul. De acordo com nossas apurações, a sociedade envolveria apenas a Renault do Brasil, ou seja, não valeria para outras divisões da fabricante francesa na América do Sul, como a Argentina.

Caso o acordo seja mesmo firmado, a ideia é que seja tornado público o mais rápido possível. Assim, não se espante se tal oficialização acontecer ainda no primeiro trimestre de 2025, e que envolva diretamente a participação de executivos como o CEO global da Renault, Luca di Meo, e o CEO mundial da Geely Auto, An Conghui.

Segundo interlocutores da Geely, os detalhes da futura sociedade com a Renault ainda estão em negociação. O modelo de negócio usado como ponto de partida é o da Stellantis com outra marca chinesa, a Leapmotor, que também lançará carros no Brasil em 2025.

Nessa lógica, a Geely aproveitaria diversos pilares estruturais da própria Renault, como a fábrica de São José dos Pinhais (PR) e parte de sua rede de revendas, a fim de acelerar seu ingresso e crescimento no mercado brasileiro, mas ambas seriam tratadas como marcas independentes e até concorrentes entre si.

Com a possibilidade de aproveitar parte do complexo fabril da Renault no Paraná, a Geely pretende produzir pelo menos dois veículos no Brasil já a partir de 2026 ou, mais tardar, 27. Com isso, encurtaria o processo de corrida contra as rivais BYD e GWM, que já possuem operações mais maduras no país e inaugurarão fábricas próprias aqui ainda este ano.

Contudo, ainda não está claro se os modelos nacionais da Geely seriam elétricos, híbridos ou a combustão. Esta informação é importante, pois o complexo localizado na Região Metropolitana de Curitiba ainda não está adaptado para produzir veículos eletrificados, algo que demandaria um bom volume de investimentos.

O grande objetivo da Geely é promover um crescimento exponencial na América Latina nos próximos anos. Apenas em 2025, a meta é crescer Apesar de ser uma das maiores fabricantes da China, a empresa possui uma participação de mercado ainda muito baixa em nossa região.

Ao que tudo indica, a negociação engloba apenas a marca Geely. Afinal, a gigante chinesa também estuda lançar outras marcas no Brasil de modo concomitante. A sueca Volvo já opera de maneira independente no país, assim como a chinesa Zeekr, recém-lançada, e a também sueca Polestar, que deve ingressar por aqui em breve. Há ainda as picapes da Riddara, que serão representadas aqui por um importador terceirizado.

Um dos modelos da Geely com potencial para ser produzido na fábrica da Renault no Paraná é o SUV médio elétrico EX5. Em um futuro de médio e longo prazo, a sociedade permitiria até a comercialização casada de modelos Renault com a insígnia Geely e vice-versa, tal qual ocorre com o Grand Koleos na Coreia do Sul, onde o modelo também é comercializado como Geely Monjaro.

Procurada, a Renault do Brasil confirmou a existência de uma “discussão de oportunidades potenciais” com a Geely, mas não crava o fechamento da sociedade. Confira o comunicado na íntegra:

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Fonte: direitonews

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