“O Equador, desde o ciclo político que se iniciou com a saída do Rafael Correa, lá em 2017, começou a se assentar em um eixo político entre correístas e anticorreístas. Mas os últimos dois anos foram bastante atípicos, por conta do fim do governo Lasso […]. Então foi necessário estabelecer um mandato-tampão. E, de alguma forma, parecia, nesse contexto eleitoral que se produziu em 2023, que essa polarização seria amenizada”, explica.
“Não sei se hoje a gente pode dizer que essa polarização se constitui integralmente nessa divisão correísmo-anticorreísmo, mas talvez em uma oposição atual ao governo, que de fato tem tido uma gestão bastante problemática dos principais desafios do país, seja na segurança, seja na economia, a crise energética que teve […] no último trimestre do ano passado…”, afirma.
“Se aqui no Brasil já vivemos um ambiente de forte polarização de esquerda e direita e em relação à própria presença americana, à influência dos EUA aqui no Brasil, imagina lá no Equador, que é muito mais próximo [dos EUA], perto do canal do Panamá, [com] a economia dolarizada há vários anos […]. Ou seja, a importância dos EUA no dia a dia do equatoriano é muito maior do que aqui no Brasil, e isso alimenta tanto o sentimento de aproximação quanto o de rejeição aos EUA.”
“E, no caso da González, a gente tem perspectivas um pouco mais positivas e proativas, principalmente em cooperação com os governos progressistas da região. Então acho que esse é, talvez, o meu prognóstico hoje. […] Vamos ver como os próximos meses vão andar, porque até abril muita coisa pode mudar, levando em conta a história recente do Equador”, conclui o analista.
Fonte: sputniknewsbrasil