Nesta quarta-feira (28), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, instaurou um inquérito para investigar o vazamento de informações sigilosas sobre a quebra de sigilo do assessor Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro.
A quebra de sigilo de Cid foi revelada pelo jornal Folha de São Paulo na segunda-feira (26).
A reportagem do jornal mostra que a PF encontrou no telefone de Cid mensagens que levantaram suspeitas de investigadores sobre transações financeiras feitas no gabinete do presidente da República.
Conversas por escrito, fotos e áudios trocados por Cid com outros funcionários da Presidência sugerem, de acordo com a PF, a existência de depósitos fracionados e saques em dinheiro.
O material analisado pela PF indica que as movimentações se destinavam a pagar contas pessoais da família presidencial e também de pessoas próximas da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Em nota, o Planalto disse que nenhum dos gastos citados na reportagem tiveram uso de recurso público.
Como o caso tramita em sigilo, Alexandre de Moraes abriu a investigação, que será conduzida em seu gabinete sob a responsabilidade do juiz instrutor Airton Vieira.
Na decisão de abertura da apuração, Moraes indica as três primeiras diligências a serem desenvolvidas na apuração no STF:
A 1ª é a juntada [anexar aos autos] das reportagens da Folha; A 2ª é a “juntada das informações relativas à comunicação das decisões proferidas à Procuradoria-Geral da República, incluídas a data da ciência das decisões e de eventuais recursos interpostos”.
Na 3ª medida, Alexandre de Moraes pede informações ao delegado responsável pela investigação em que houve a quebra de sigilo de Mauro Cid.
“Que preste as informações pertinentes acerca dos fatos noticiados, notadamente no que diz respeito ao acesso, no âmbito policial, às decisões proferidas nos autos da referida Pet [petição] e aos relatórios produzidos nos autos, bem como forneça os nomes de todos os policiais federais que têm conhecimento dos assuntos investigados na Pet mencionada”, ordenou o ministro do STF.