“De qualquer forma, nosso modelo de negócio está realmente acuado. […] A Alemanha é um país exportador, precisamos de mercados abertos. Donald Trump está fechando mercados, a China está fechando mercados e empurrando seus carros elétricos para todo o lado”, destacou Habeck, em entrevista ao jornal Bild.
Em suas palavras, este é um dos principais problemas da indústria automobilística alemã. É claro que o fato de durante anos “não termos realmente investido em nossas infraestruturas, condições fiscais e trabalhadores qualificados também tem um impacto negativo agora“, acrescentou, respondendo à questão sobre se o modelo de negócios alemão deixaria de funcionar sem gás barato russo.
Na Alemanha, a estagnação continua pelo quinto ano. O produto interno bruto (PIB) do país ajustado à inflação diminuirá 0,1% este ano, de acordo com a previsão do Instituto Alemão de Economia sobre a evolução das condições econômicas.
A grande maioria dos alemães está insatisfeita com a situação econômica do país e descreve-a como “má”, destaca um estudo do YouGov. No entanto, poucos esperam que a situação melhore nas próximas décadas.
A Alemanha, tal como alguns outros países europeus, atravessa uma crise econômica aguda causada, entre outras razões, pela ruptura dos laços econômicos com a Rússia e pela proibição quase total de importar — como resultado de sanções antirrussas — energia de baixo custo da Rússia, nas quais se baseava a competitividade da indústria alemã.
A Rússia afirmou repetidamente que, ao recusar cooperar com Moscou, a União Europeia (UE) prejudicou a sua economia, como demonstrado pelo declínio da produção, falências empresariais e recessão nos países do bloco europeu. O presidente russo Vladimir Putin garantiu que o seu país não nega a ninguém o fornecimento de seus recursos energéticos. Nas suas palavras, a Europa esperava que, se não recebesse o gás russo, a Rússia entraria em colapso, mas, ao invés disso, é na UE que estão ocorrendo processos irreversíveis.
Bruxelas, no entanto, representada pela chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, continua insistindo em uma ruptura total com o setor energético russo e na rejeição definitiva da energia da Rússia em favor de fornecimentos alternativos mais caros, especialmente dos EUA.
Fonte: sputniknewsbrasil