A Volkswagen vai adotar um novo câmbio automático de oito velocidades a partir de 2026 para substituir o conjunto atual de seis marchas. A nova caixa, identificada pelo código AQ300, é desenvolvida pela fornecedora Aisin, será fabricada no Brasil e deve substituir a transmissão AQ250 que equipa os atuais modelos 1.4 turbo flex (250 TSI) da marca.
A informação é do site indiano Autocar India. Por lá, carros da Volkswagen e da subsidiária Skoda também são produzidos sobre a plataforma MQB A0 dos modelos brasileiros da marca, usando o conjunto motriz formado pelos motores TSI da família EA211 e câmbio automático de seis marchas.
A intenção da marca, de acordo com a reportagem, é substituir a antiga transmissão AQ250 de seis marchas pela AQ300 de oito velocidades globalmente. Ou seja, o novo câmbio de oito marchas deve ser usado pelos futuros produtos da marca com o motor 1.5 TSI Evo2, que será produzido no Brasil em variante flex nos próximos anos, na fábrica de São Carlos (SP). O número 300 indica o torque máximo permitido pela caixa, no caso, 300 Nm ou 30,6 kgfm.
Na época do anúncio do plano de investimentos de R$ 9 bilhões, a Volkswagen chegou a mencionar a chegada de uma “nova transmissão” ao mercado brasileiro. E o acordo da fabricante com o sindicato local prevê o incentivo a fornecedores para que fabriquem este novo conjunto de transmissão na região. Portanto, nos próximos anos, os câmbios automáticos de Polo GTS, Virtus, Nivus GTS, T-Cross e Taos podem ser substituídos no Brasil.
Vale lembrar que, nas configurações 170 TSI ou 200 TSI, com motor 1.0 turbo flex de três cilindros, a Volkswagen usa outras especificações do câmbio de seis marchas, chamadas respectivamente de AQ160 e AQ200. Considerando que o futuro Volkswagen Tera irá compartilhar a mecânica 170 e 200 TSI, o novo SUV compacto deve seguir com a caixa de seis marchas. Já a picape intermediária Udara tem chances de chegar já com motor 1.5 TSI Evo2 e o câmbio AQ300.
Resta saber qual câmbio usarão os futuros híbridos flex nacionais da Volkswagen, pois na Europa todos os seus produtos híbridos, sejam leves ou plug-in, vêm com câmbio DSG (automatizado de dupla embreagem) de sete marchas. Afinal, a dupla embreagem torna mais fácil a transição entre o torque do motor a combustão e elétrico. Inicialmente, esperava-se que fosse essa caixa a “nova transmissão” preparada para o Brasil.
A adoção do novo câmbio automático de oito marchas, mais moderno, faz parte dos esforços pela redução de emissões. Assim como o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos (Proconve), cuja nova etapa entrará em vigor no Brasil em 1° de janeiro de 2025, o governo da Índia também incentiva a redução das emissões por regras mais rígidas.
O site Autocar India ainda publicou bastidores da chegada do novo câmbio. O desejo de Volkswagen e Skoda é que a Aisin produza a transmissão localmente. Mas há um entrave: o volume atual ainda é baixo para justificar uma nacionalização.
Portanto, a gigante alemã voltou suas atenções a marcas como Maruti-Suzuki e MG Motor, empresas de expressão no mercado automotivo indiano. O novo plano, segundo Petr Janeba, diretor da Skoda, é que outras marcas utilizem a mesma transmissão em seus carros. Só então o projeto de regionalização receberá sinal verde.
Este é um processo comum na indústria. No Brasil, por exemplo, os câmbios da Aisin equipam carros de marcas como Volkswagen, Toyota, Honda, Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot e Mitsubishi.
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Fonte: direitonews