Segundo informações trazidas pelo portal UOL, citando um relatório da PF, Braga Netto inclusive teria oferecido sua residência para as reuniões golpistas.
No documento, a PF aponta que o plano era instaurar “um Gabinete de Crise, no dia 16 de dezembro de 2022, após o golpe de Estado, composto em sua maioria por militares, sob o comando dos generais Augusto Heleno e Braga Netto, contando ainda com a participação do general Mario Fernandes e de Filipe Martins [assessor especial da Presidência de Bolsonaro]”.
Nesta terça-feira (19), a operação Contragolpe, realizada pela PF com o intuito de prender suspeitos de conspirar contra o Estado Democrático de Direito no Brasil logo após as eleições de 2022, deteve quatro militares, três da ativa (o tenente-coronel Helio Ferreira Lima e os majores Rodrigo Bezerra Azevedo e Rafael Martins de Oliveira) e um da reserva (o general de brigada Mario Fernandes) das forças especiais do Exército, os chamados “kids pretos”; e um policial federal (Wladimir Matos Soares).
Plano para matar Lula só não ocorreu por detalhe, diz ministro
O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, comentou a investigação da PF e as informações sobre o plano para matar Lula, Alckmin e Moraes. Segundo ele, a iniciativa “só não ocorreu por detalhe“.
“Estamos falando de uma ação concreta, objetiva, que traz elementos novos, extremamente graves, sobre a participação de pessoas do núcleo de poder do governo Bolsonaro no golpe que tentaram executar no Brasil, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente eleitos”, disse, em entrevista coletiva realizada em meio à programação do G20, no Rio de Janeiro.
Pimenta lembrou ainda de acontecimentos que antecederam o 8 de janeiro de 2023, sugerindo que há relações entre os eventos.
“Vocês lembram que nesse período houve a tentativa de explosão do caminhão próximo ao aeroporto [de Brasília]. Tudo isso acabou culminando no 8 de Janeiro. São fatos que se relacionam entre si, os personagens são os mesmos, os mesmos personagens que financiaram a presença dos acampados em frente aos quartéis estão envolvidos também nesses episódios.”
Envenenamento e tiro entre opções
De acordo com informações do portal UOL, a PF encontrou em um HD externo apreendido com o general Mario Fernandes um documento que lista várias opções para assassinar Lula, Alckmin e Moraes.
Em trechos do documento golpista, havia tópicos de armas específicas que poderiam ser usadas para alvejar Moraes e sua equipe. Entre as opções estava a metralhadora M249, um lança-granadas e um lança-misseis AT4.
O documento também trazia detalhes sobre a execução de Alckmin e Lula, considerando inclusive a opção de envenenamento para atentar contra a vida do então presidente eleito.
Conversa de general preso mostraria ‘aval de Bolsonaro’ para o golpe
O relatório da PF revela, ainda, um trecho de uma conversa do general Mario Fernandes, preso nesta terça-feira, com Mauro Cid, então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), no qual o general destacaria um suposto aval do então presidente da República para o golpe.
“Durante a conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo”, mostra o trecho da conversa ocorrida em 2022 presente no relatório da PF, citado pelo G1.
A menção a “vagabundo” na conversa seria uma referência ao presidente Lula, diplomado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 12 de dezembro de 2022.
Fonte: sputniknewsbrasil