Os carros da BYD caíram no gosto dos brasileiros. Com design moderno, bastante tecnologia e uma generosa lista de equipamentos de série em todos os modelos, a marca chinesa virou um sucessos de venda no país, sendo eleita até o Carro do Ano 2024 com o Dolphin. Tudo isso garantia de fábrica de oito anos para as baterias e seis para os carros. Porém, neste prazo existem várias condições.
Os clientes da BYD (ou quem está pensando em comprar um) precisam ficar atentos às várias condições para manter a cobertura oferecida pela fabricante. O prazo de garantia, inclusive, pode variar de acordo com o componente em questão.
Todas as informações estão no manual do proprietário, também conhecido como aquele livreto que muita gente esquece no fundo do porta-luvas.
Todos os modelos da BYD (independente de serem híbridos ou elétricos) possuem garantia total de seis anos e sem limite de quilometragem. Condições bem mais favoráveis aos parâmetros anteriores de cinco anos ou 500 mil quilômetros — o que ocorresse primeiro. As baterias possuem cobertura de oito anos, novamente sem limite de quilometragem.
No caso dos itens como a central multimídia com tela giratória, a garantia é de três anos, enquanto os periféricos têm cobertura de seis meses ou 10 mil quilômetros.
Algumas condições mudam para os clientes que fazem uso comercial de seus veículos, incluindo taxistas e motoristas de aplicativo. Nestes casos, a garantia é de apenas dois anos ou 100 mil quilômetros rodados, o que acontecer primeiro. A cobertura das baterias permanece em oito anos, mas com limite de rodagem de 500 mil quilômetros.
A garantia prevista para o motor elétrico é de seis anos com limite de 150 mil quilômetros. A cobertura dos sistemas de alta e baixa tensão são de cinco anos ou 150 mil quilômetros — ou seja, um ano a menos e com limite de quilometragem em comparação ao uso “comum”.
Por fim, na categoria “outros sistemas”, a cobertura da BYD é de um ano ou 60 mil quilômetros rodados. Se serve de consolo, a garantia dos periféricos é a mesma oferecida aos clientes que não utilizam os carros para trabalho: seis meses ou 10 mil quilômetros.
A BYD lista algumas condições pouco usuais para manter a cobertura de fábrica. Uma delas é o amaciamento do motor elétrico e da transmissão, algo que várias montadoras deixaram de recomendar nos carros a combustão modernos. No Dolphin, por exemplo, esse processo dura 2.000 km e deve ser feito conduzindo o carro apenas no modo Eco.
Além disso, o manual do proprietário recomenda que o Dolphin seja recarregado em carga lenta pelo menos uma vez por semana e que se evite recargas constantes caso o veículo tenha rodado pouco.
Algumas condições para manter a garantia de fábrica são pouco usuais. Uma delas diz que manter a carga abaixo de 5% por mais de duas semanas justifica a quebra da garantia. O livreto só não informa como (e quando) esse prazo pode ser aferido.
Caso você precise deixar o veículo parado por um longo período, a recomendação é que a bateria seja completamente recarregada e em seguida descarregada até a faixa de 60% a 40%.
Se o período de inatividade for superior a três meses, a orientação é recarregar a bateria mensalmente, mas não há informação se o procedimento de descarregamento precisa ser repetido antes de cada ocasião.
A marca chinesa recomenda que o carro seja recarregado logo após o uso, quando a bateria está mais quente, o que permite aumentar a potência de carregamento especialmente em eletropostos de carga rápida (DC). Por esse raciocínio, a tendência é que a recarga seja mais lenta quando o veículo está frio. Em tempo: o manual do proprietário não especifica o conceito de quente e frio tampouco qual é a temperatura ideal para realizar a recarga.
O uso severo é um dos fatores que podem levar à anulação da garantia de um veículo. O manual do proprietário afirma que encarar congestionamentos em excesso e dirigir acima dos 120 km/h por muito tempo em temperaturas acima de 32º C configuram condições de uso severo. No entanto, rodar em regiões frias também se enquadra nesta condição, ainda que a fabricante não especifique a temperatura classificada como fria.
A BYD não indica qual é a capacidade de imersão de seus carros. De toda maneira, caso você precise enfrentar um alagamento, a fabricante indica desligar o ar-condicionado antes de entrar na água. Além disso, não é recomendado transpor trechos alagados em marcha a ré. O motivo, porém, não é revelado no manual do proprietário.
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Fonte: direitonews