Ministro de Lula afirma que redução da jornada fará com que as “pessoas se sintam úteis”


A possibilidade de redução da jornada de trabalho de 44 horas para 36 horas semanais, que tomou conta dos debates nas redes sociais no final de semana, também ganhou repercussão dentro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, disse, em entrevista para a CNN Brasil, que a proposta fará com que as “pessoas se sintam mais úteis”.

Ao ser questionado sobre a sua visão sobre o fim da jornada 6×1, o ministro disse que em locais que já adotam horários reduzidos, como Nova Iorque e Nova Zelândia, observou que as pessoas têm mais tempo para o lazer e para “viver bem”. “Eu acho inexorável, ou inevitável, que com o tempo a gente tenha que reduzir jornada de trabalho pra fazer com que mais pessoas se sintam úteis e para que as pessoas possam, nesses horários que não tem mais serviço, poder fazer outras coisas”, disse o ministro Márcio França durante a entrevista. 

França também disse ser um “equívoco” dizer que a iniciativa de redução da jornada pode ser “uma coisa contra empresário”. “Isso pode ser bancado pelo governo”, sugeriu o ministro sem, no entanto, explicar como isso pode ser feito. 

O ministro ainda se mostrou “esperançoso” quanto ao debate. “Eu estou bastante esperançoso que a gente possa aproveitar essa discussão do 6×1, do 5×2, de mostrar que o nosso objetivo não é atrapalhar a vida de ninguém, ao contrário, nós queremos que todo mundo empreenda”, disse França.

Proposta sobre redução da jornada ainda não foi apresentada oficialmente 

A possibilidade de redução de jornada passou a ser cogita após uma mobilização nas redes sociais ocorrida no final de semana. O debate se baseia em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da deputada Erika Hilton (Psol-RJ) que ainda não foi apresentada. 

A PEC propõe a extinção da jornada de trabalho 6×1, na qual os empregados trabalham por seis dias na semana, folgando um, pela jornada de 4×3, com quatro dias trabalhados e três de folga. 

Para a deputada, a atual jornada 6×1 tira do trabalhador o direito de “passar tempo com a família, de cuidar de si, de se divertir”. Além disso, Erika Hilton afirmou em suas redes sociais que “a escala 6×1 é uma prisão” e “é desumana”.  

Apesar da repercussão nas redes sociais, a proposta ainda não alcançou o número de 171 assinaturas que são necessárias para que a PEC passe a ser, de fato, debatida no Congresso. Até o início da tarde desta segunda-feira (11) a proposta contava com a assinatura de 79 deputados.

Fonte: gazetadopovo

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