A Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu, na quinta (31), para avaliar as estimativas para o fechamento da safra 2024/2025 e as perspectivas para a safra 2025/2026 e discutir ações de combate a queimadas e medidas pós-incêndios.
O sócio-diretor do Pecege Consultoria e Projetos, Haroldo Torres, apresentou as estimativas de fechamento da safra 2024/2025 e as perspectivas para a próxima safra, abordando indicadores técnicos, produtividade do setor e projeções de mercado.
Torres destacou os desafios enfrentados no atual ciclo que impactarão a próxima temporada. “Para a safra 2025/2026, já identificamos um desafio de produtividade, o que nos leva a crer que haverá uma redução na produção”, afirmou.
O pesquisador também observou que houve uma diminuição na área plantada com cana em 2024, o que resultará em uma safra com uma idade média maior, pressionando ainda mais o plantio.
Apesar dos desafios, Torres expressou otimismo. “Embora a próxima safra seja menor em termos de produção, o Brasil permanece em posição favorável no mercado de açúcar e tem um cenário promissor para o etanol”, explicou.
Nelson Ananias, coordenador de Sustentabilidade da CNA, abordou as ações de combate e as medidas adotadas após os incêndios. Ele mencionou uma Nota Técnica divulgada pela CNA com recomendações aos produtores rurais afetados.
Em setembro, a CNA reportou que os incêndios causaram perdas estimadas em R$ 14,7 bilhões, afetando 2,8 milhões de hectares de propriedades rurais no Brasil. Para auxiliar os produtores, a Confederação elaborou um comunicado técnico com orientações antes, durante e após os incêndios.
Além disso, Ananias falou sobre a participação do setor agropecuário na 29ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 29), que ocorrerá de 11 a 22 de novembro em Baku, no Azerbaijão.
A CNA se prepara para apresentar o posicionamento do setor agropecuário brasileiro na conferência. “A CNA enviará uma delegação para tratar dos interesses do setor. Esta COP será crucial para definir a agenda da COP 30, que acontecerá em 2025 no Brasil e abordará as opções climáticas que os países precisarão renovar a partir do próximo ano”, explicou Ananias.
A assessora técnica da Comissão, Eduarda Lee, fez um panorama sobre as últimas conquistas legislativas como o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Lei 14.902/24), o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Lei 14.900/24) e a Lei dos Combustíveis do Futuro (Lei 14.993/24).
Ela também tratou da tramitação de projetos relevantes para o setor sucroenergético no Congresso Nacional, incluindo o Projeto de Lei 3149/20 que garante o repasse de CBios a produtores independentes de biomassa – aprovado na Câmara dos Deputados na última quarta (30), e o Projeto de Lei 327/21 que institui o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten).
“Conseguimos importantes avanços legislativos que estão alinhadas às nossas propostas e reivindicações, pois são medidas que podem alavancar o setor sucroenergético”, finalizou Eduarda.
Fonte: noticiasagricolas