O dia 1° de maio de 1994 ficou marcado na memória dos brasileiros como a data da morte de Ayrton Senna que, em 2024, completaria 64 anos de idade. Fato é que o tricampeão mundial de Fórmula 1 se tornou um ídolo popular. Durante as seu tempo na competição, Senna chegou a pilotar 13 modelos ao longo de sua carreira. Entretanto, fora das pistas, também não escondia sua paixão por carros.
A garagem de Senna também teve a presença de modelos que se tornaram ícones mundiais. De alguns, até foi garoto-propaganda. Pensando nisso, em clima de GP do Brasil, Autoesporte separou os cinco carros escolhidos pelo tricampeão mundial de F1. Confira:
Não tem como começar essa lista sem falar do Ford Escort XR3. Na década de 80, os carros esportivos nacionais estavam em alta, e o Escort, que chegou para substituir o Corcel, logo se tornou o sonho de consumo dos jovens. A fabricante americana foi inteligente. Afinal, convidou Ayrton Senna, que revelou ainda mais do seu talento na Fórmula Ford após deslanchar no Kart, para fazer o comercial do veículo.
O modelo em questão era um Ford Escort XR3 1989. Na época, Senna teve três exemplares, sendo um prata, o outro preto e, por último, um vermelho conversível. O design ousado era a principal característica do modelo.
O motor era o famoso 1.6 CHT (Compound High Turbulence) — fruto do projeto Renault — também aproveitado das versões mais “civilizadas”. Porém, o XR3 tinha comandos de válvulas, dutos de admissão e carburador de corpo duplo atualizados para ganhar potência e torque.
Com a ajuda de um câmbio manual de cinco marchas, o XR3 conseguia extrair até 81,7 cv de potência a 5600 rpm, contra os 73 cv a 5.200 rpm das versões mais mansas. Já o torque cresceu para 12,2 kgfm a partir das longas 4.000 rpm, ante os 11,6 kgfm a 3.600 rpm. No zero a 100 km/h, a Ford declarava 13,4 segundos, enquanto que a velocidade final beirava os 164 km/h.
Não é segredo que Senna era muito cobiçado e conseguia ditar muitas tendências. Tanto que teve participação ativa no desenvolvimento da primeira geração do Honda NSX, um dos primeiros esportivos da marca. Na época, o piloto corria pela McLaren, que usava motores da fabricante japonesa — com quem tinha relação desde que pilotava para a Lotus.
Como consequência, Senna acabou adquirindo uma unidade na cor vermelha, que pilotava durante sua temporada em Portugal. O esportivo, ano-modelo 1991/1992, era equipado com um motor 3.0 V6 que entregava 247 cv de potência máxima. Cabe lembrar que o icônico NSX de Senna foi colocado à venda pelo atual dono no site britânico Auto Trader. O valor inicial era de 500 mil libras esterlinas, ou seja, cerca de R$ 3,7 milhões na conversão atual e direta.
Em 1990, o então presidente Fernando Collor de Mello foi responsável pela reabertura das importações de automóveis no Brasil (confira o vídeo abaixo para saber mais). O que nem todo mundo sabe, é que Ayrton Senna foi quem abriu as portas do país para a Audi, após trazer modelos da marca por meio da Senna Import. Um desses carros era um S4 Avant 1993, que fez parte de seu acervo pessoal.
O S4 foi o primeiro modelo V8 da marca alemã em território brasileiro. O motor 4.2 litros entregava 280 cv de potência e era ligado a um câmbio manual de seis velocidades. A tração era integral. Com esse conjunto, a S4 ia de 0 a 100 km/h em apenas 6,6 segundos.
Embora seja uma perua, o modelo tinha uma pegada esportiva, com itens exclusivos como rodas de 16 polegadas, bloqueio de diferencial e sistema de som Bose com toca-fitas (alô, millenium!). O veículo, inclusive, é mantido na família do tricampeão até os dias de hoje. No odômetro, são apenas 5.000 quilômetros registrados.
Além de Honda, Ford e Audi, Senna também foi dono de um clássico Porsche 911 Carrera Cabriolet ano-modelo 1987 na cor amarela. Assim como o S4 Avant, o 911 ficava na casa do piloto em Portugal. Por muito tempo, o piloto guardou o modelo na garagem do seu vizinho e amigo, Antonio Carlos Braga.
Embora tenha uma proposta visual clássica e esportiva, o principal destaque estava sob o capô, com um motor 3.2 litros que rendia 214 cv de potência e 27 kgfm de torque. Na cor vermelha, a unidade em questão tem até um autógrafo do tricampeão no banco traseiro. Ao contrário do modelo anterior dessa lista, o exemplar foi vendido para um fã e passou por algumas algumas alterações.
Para encerrar a lista, vamos citar um modelo que não necessariamente fez parte da coleção de Ayrton Senna. O Mercedes-Benz 190E foi um dos 20 carros projetados para a Corrida dos Campeões de Nürburgring, na Alemanha. A unidade usada por Senna tinha até o nome do tricampeão nas laterais. Com ele, aliás, ele conquistou a vitória na edição de 1984.
O modelo trazia o motor 2.3 de 16 válvulas e quatro cilindros da Cosworth, que entregava 185 cv de potência e 24 kgfm de torque. Dessa forma, acelerava de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos.
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Fonte: direitonews