O mais surpreendente é que seu cadáver provavelmente foi usado como arma biológica, de acordo com as conclusões de um estudo publicado na revista científica iScience.
Saga é um termo de origem escandinava aplicado a narrativas literárias na Islândia entre os séculos XIII e XIV, escritas na língua nórdica antiga, que contam a história e a vida dos povos escandinavos no período de 930 a 1030, principalmente.
Uma delas, a “Saga de Sverre”, escrita na virada dos séculos XII e XIII, conta a história de um rei norueguês, Sverre Sigurdsson.
Depois que os inimigos do rei atacaram seu castelo de Sverresborg, jogaram o cadáver de um homem desconhecido no poço de água potável do castelo e o cobriram com pedras.
© Foto / Diretoria Norueguesa de Patrimônio CulturalRestos de esqueleto retirados de poço em um castelo norueguês.
Restos de esqueleto retirados de poço em um castelo norueguês.
© Foto / Diretoria Norueguesa de Patrimônio Cultural
Em 1938, durante uma escavação arqueológica das ruínas de Sverresborg, foram encontrados restos de um homem sob uma camada de terra e pedras.
Só em 2016, os cientistas puderam extraí-los e analisá-los.
“Esta é a primeira vez que os restos mortais de uma pessoa ou personagem descrito em uma saga nórdica foram identificados positivamente. É também o caso mais antigo em que recuperamos a sequência completa do genoma de uma pessoa específica mencionada em um texto medieval“, disse Michael D. Martin, um genomicista evolucionário do museu da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, citado pelo jornal The New York Times.
Conforme demonstrou o estudo, o homem morto viveu há cerca de 800 anos, exatamente quando os eventos da “Saga de Sverre” estavam se desenrolando.
© Foto / Diretoria Norueguesa de Patrimônio CulturalRestos de esqueleto retirados de poço em um castelo norueguês.
Restos de esqueleto retirados de poço em um castelo norueguês.
© Foto / Diretoria Norueguesa de Patrimônio Cultural
Era provável que tivesse olhos azuis e cabelos loiros ou castanhos, e seus ancestrais provavelmente viviam na região mais ao sul da Noruega, de onde vinham as pessoas que atacaram Sverresborg.
De acordo com os autores do estudo, o objetivo de jogar o cadáver no poço era, presumivelmente, contaminar a fonte de água potável do castelo.
Portanto, isso pode ser considerado uma tentativa de usar o que hoje em dia é chamado de arma biológica.
Fonte: sputniknewsbrasil