Lula diz que precisa “tirar de alguém” para bancar isenção do IR até R$ 5 mil


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta (11) que a prometida isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, cravada por ele durante a campanha eleitoral em 2022 e reforçada como uma meta até 2026, precisa ter a arrecadação compensada por alguém.

Essa compensação seria ao “tirar de alguém”, segundo explicou sobre a possibilidade de um imposto para milionários sinalizado pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda, na quinta (10).

“O rico paga proporcionalmente menos imposto do que o trabalhador. Eu acho que nós temos que tirar de alguém. E esse debate, para mim, não tem que ser feito um debate escondido, não. Tem que ser público, as pessoas têm que saber quem paga o que e quanto se paga”, disse Lula em entrevista à rádio O Povo/CBN de Fortaleza, onde cumpre agenda ao longo do dia (veja na íntegra).

Lula afirmou que a isenção para esta faixa salarial – que atualmente é de R$ 2.824 por mês – é uma “questão de justiça” e que “não se pode cobrar 27% ou 15” de um trabalhador que ganha R$ 4 mil e deixar os cara (sic) que recebem herança que não paga”.

Ele ainda adiantou que o limite de R$ 5 mil é apenas o começo, e que, no futuro, pretende isentar ainda mais. “Na minha cabeça, a ideia é que salário não renda. Renda é o cara que vive de especulação, esse sim deveria pagar Imposto de Renda”, emendou.

Além da questão do Imposto de Renda, Lula também explicou sobre a possibilidade de acabar com o saque-aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), de que o governo pretende enviar ao Congresso um projeto para propor uma nova forma de garantia para o empréstimo consignado com o uso da multa rescisória de 40% do fundo.

“Acho que os trabalhadores vão concordar de que, se tiverem o consignado, eles não precisam comprometer o seu Fundo de Garantia, porque, hoje, um trabalhador que receber uma parte do Fundo de Garantia, ele não pode retirar nem se for mandado embora, é um absurdo”, pontuou.

Lula criticou a atual situação do saque-aniversário que, segundo ele, “tem causado problemas na poupança do FGTS”. “É um absurdo o trabalhador receber uma parte do Fundo de Garantia e, se for mandado embora, não poder retirar o restante”, emendou o presidente.

Ele ressaltou, no entanto, que não tem pressa para implementar as mudanças e defendeu que seja amplamente discutido com a sociedade e o Congresso. Também admitiu que a extinção do saque-aniversário pode impactar muitas pessoas e, por isso, o governo está sendo cauteloso.

Fonte: gazetadopovo

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