Órgãos de imprensa internacionais destacaram o bom desempenho dos candidatos de direita no primeiro turno das eleições municipais no Brasil, realizado neste domingo (6).
O jornal argentino Clarín, que enviou um repórter para acompanhar a votação em São Paulo, ressaltou os resultados do PL nas capitais.
“É eloquente […] que o Partido Liberal de Jair Bolsonaro seja o que conta com mais competidores nas prefeituras das 15 capitais que terão segundo turno. Conquistou duas prefeituras e há um total de nove candidatos do PL com possibilidade de serem eleitos no segundo turno de 27 de outubro”, afirmou o periódico argentino, que deu atenção especial a São Paulo, onde Ricardo Nunes (MDB) enfrentará Guilherme Boulos (PSOL).
“Nunes, que não é do PL, teve apoio distante de Bolsonaro, mas muito mais forte do governador direitista de São Paulo, Tarcísio de Freitas, uma das figuras de maior projeção nacional da direita. Esse líder conseguiria se consolidar ainda mais nesse espaço político com uma vitória que parece extremamente provável para o prefeito paulista”, disse o Clarín.
A respeito de Pablo Marçal (PRTB), terceiro colocado em São Paulo e que o jornal havia dito ter um “estilo Milei” (presidente argentino) antes da eleição, o Clarín o chamou de “extremista” e “surpresa da campanha” apesar da derrota.
A agência France-Presse destacou uma fala de André Rosa, professor de ciência política no Centro Universitário UDF, de Brasília.
“O campo de Bolsonaro está muito mais forte. A tendência é que a direita tenha mais prefeituras e mais prefeituras é um multiplicador de votos”, disse o especialista.
A Reuters também salientou o desempenho do PL e outros candidatos ligados a Bolsonaro.
“Candidatos associados ao ex-presidente de direita Jair Bolsonaro se saíram melhor do que aqueles apoiados pelo presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva. O Partido Liberal de Bolsonaro venceu em duas capitais estaduais e foi para o segundo turno em nove cidades”, apontou a agência.
“Mas foram os partidos do ‘Centrão’ brasileiro – um conjunto de partidos de centro e centro-direita associados a políticos negociadores como o presidente da Câmara, Arthur Lira – que ganharam a maioria das cadeiras de prefeito”, acrescentou.
A Bloomberg, por sua vez, afirmou que as eleições municipais são uma prévia da disputa presidencial de 2026 no Brasil.
“Candidatos apoiados por Jair Bolsonaro estão avançando em eleições municipais que são consideradas um termômetro do sentimento político no Brasil, dois anos antes da eleição presidencial em que Luiz Inácio Lula da Silva provavelmente tentará outro mandato”, disse a agência americana.
Fonte: gazetadopovo