Astrônomos descobrem exoplaneta mais leve que a Terra orbitando a estrela mais próxima do nosso Sol


De acordo com estudo publicado no periódico Astronomy & Astrophysics, o exoplaneta recém-descoberto orbita a estrela de Barnard, localizada a apenas seis anos-luz de distância da Terra, o segundo sistema estelar mais próximo do nosso depois do grupo de três estrelas de Alpha Centauri. Segundo os cientistas em seu artigo, ele passa a ser um objetivo prioritário na busca por planetas que possam ser parecidos com a Terra.
Apesar de uma detecção promissora em 2018, nenhum planeta orbitando a estrela de Barnard havia sido confirmado até agora.
Segundo o autor principal do artigo, Jonay González Hernández, pesquisador do Instituto de Astrofísica de Canarias, na Espanha, esse é o resultado de observações feitas nos últimos cinco anos com o equipamento do ESO, localizado no Observatório Paranal, no Chile.
A equipe estava procurando sinais de possíveis exoplanetas na zona habitável ou temperada da estrela de Barnard — a faixa onde a água líquida pode existir na superfície de um planeta. Anãs vermelhas como a estrela de Barnard são frequentemente alvos dos astrônomos, já que planetas rochosos de baixa massa são mais fáceis de serem detectados lá do que ao redor de estrelas maiores semelhantes ao Sol.
Barnard b, como o exoplaneta recém-descoberto é chamado, está vinte vezes mais perto da estrela de Barnard do que Mercúrio está do Sol. Além de possuir uma massa menor que a da Terra, ele orbita sua estrela em 3,15 dias terrestres e tem uma temperatura de superfície em torno de 125 °C, o que, segundo González Hernández, é muito quente para manter água líquida na superfície “mesmo que a estrela seja cerca de 2.500 graus mais fria que o nosso Sol“.
Ilustração do planeta WD 1856b orbitando sua fraca estrela anã branca a cada dia e meio. Goddard Space Flight Center da NASA - Sputnik Brasil, 1920, 27.09.2024

Além do planeta confirmado, a equipe internacional também encontrou indícios de mais três candidatos a exoplanetas orbitando a mesma estrela, mas estudos posteriores ainda são necessários.

“Agora precisamos continuar observando essa estrela para confirmar os outros sinais candidatos”, diz Alejandro Suárez Mascareño, também pesquisador do Instituto de Astrofísica de Canarias e coautor do estudo. “Mas a descoberta desse planeta, juntamente com outras descobertas anteriores, como Proxima b e d, mostra que nosso quintal cósmico está cheio de planetas de baixa massa.”

Um telescópio ainda mais poderoso está em construção no ESO e deve transformar o campo da pesquisa de exoplanetas. Segundo os astrônomos, seus instrumentos vão permitir que os pesquisadores detectem mais desses pequenos planetas rochosos na zona temperada ao redor de estrelas próximas, além do alcance dos telescópios atuais, e lhes permitirão estudar a composição de suas atmosferas.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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