Conteúdo/ODOC – O professor aposentado e ex-vice-reitor da UFMT, Elias Alves de Andrade, que matou uma gata no bairro Jardim Califórnia, em Cuiabá, publicou uma carta aberta na qual classificou o ato como “cruel, covarde e desumano”.
O caso aconteceu no último dia 15 e foi flagrada por uma câmera de segurança. Nas imagens é possível ver o professor indo atrás do felino e, em seguida, arremessando um machado contra o animal, que não resistiu. “Minha história de vida, pessoal, familiar e profissional definitivamente não admitem que eu possa ter cometido este ato cruel, covarde, nefasto, inadmissível e desumano numa sociedade civilizada como o que cometi. Por mais que tenha sido movido pela emoção e descontrole, nada justifica o que fiz”, consta na carta.
O professor aposentado afirmou que “voltou aos poucos à consciência” após ser confrontado pela tutora da gata. Na ocasião, ele também foi filmado e disse que “mataria novamente”.
“Após os fatos, a agressão e morte da Sofia e o destempero no tratamento à tutora, que foi ao meu portão conversar em seguida, comecei a voltar aos poucos à consciência e racionalidade de meu comportamento, abominável e irracional, desprezível sob todos os pontos de vista, ético, religioso, moral, social, civilizatório e humano”, disse.
“Fui tomado então por um sentimento de tristeza profunda, de decepção comigo mesmo, de vergonha de minha família, da sociedade e da minha história de vida, construída com muita luta, dificuldade, dedicação e esforço por todos estes longos anos que, apesar de temente a Deus, que me conforta através de minhas orações, têm aumentado mais e mais com o passar dos dias”, acrescentou.
Elias se apresentou na última semana na Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) e responde, em liberdade, pelo crime de maus-tratos de animais com resultado morte,
Leia a carta aberta na íntegra:
“Minha história de vida, pessoal, familiar e profissional definitivamente não admitem que eu possa ter cometido este ato cruel, covarde, nefasto, inadmissível e desumano numa sociedade civilizada como o que cometi. Por mais que tenha sido movido pela emoção e descontrole, nada justifica o que fiz.
Após os fatos, a agressão e morte da Sofia e o destempero no tratamento à tutora, que foi ao meu portão conversar em seguida, comecei a voltar aos poucos à consciência e racionalidade de meu comportamento, abominável e irracional, desprezível sob todos os pontos de vista, ético, religioso, moral, social, civilizatório e humano.
Fui tomado então por um sentimento de tristeza profunda, de decepção comigo mesmo, de vergonha de minha família, da sociedade e da minha história de vida, construída com muita luta, dificuldade, dedicação e esforço por todos estes longos anos que, apesar de temente a Deus, que me conforta através de minhas orações, têm aumentado mais e mais com o passar dos dias.
Estou profundamente arrependido por ter me portado de modo desumano contra um ser que só sabe nos dar amor e carinho em troca de nada, apenas de nossa atenção e cuidado. Rogo o perdão à família da tutora, minha vizinha, e a sua família e amigos, à minha família, que está sofrendo comigo, à sociedade, a todas as organizações sociais que vêm brava e legitimamente lutando para que fatos como o que pratiquei não mais se repitam e, por fim, a Deus, que sempre abençoou a mim a minha família”.
Fonte: odocumento