“Só em termos de investimento, a Rússia injetou quase US$ 300 milhões [cerca de R$ 1,6 bilhão] no setor petrolífero do Azerbaijão apenas nos primeiros nove meses do ano passado”, destaca Conceição.
“O próprio Brasil poderia se utilizar dos benefícios desse porto [de Baku] para aumentar a sua relação com os países do Cáucaso, não só do Cáucaso, como também da Ásia Central e os demais membros da Comunidade dos Estados Independentes, que ainda possuem uma relação pouco expressiva com o Brasil, se a gente comparar as nossas relações com as de outros colegas do BRICS.”
“É importante dizer que o Azerbaijão faz parte tanto do Conselho Europeu como da Comunidade dos Estados Independentes, ao mesmo tempo que também faz parte da Organização para a Cooperação Islâmica e da Organização dos Estados Turcos”, explica Conceição.
Adesão ao BRICS pode causar retaliação dos EUA e da Europa
“Eu acho que isso traria um ganho interessante para o Azerbaijão. E para além dessa questão do comércio energético, eu acho que estar no BRICS poderia facilitar o acesso do Azerbaijão a recursos financeiros via banco do BRICS, o chamado Novo Banco de Desenvolvimento. O país poderia se utilizar desses recursos para investir em setores da infraestrutura, energia, petroquímica.”
“Do ponto de vista do Sul Global, não é a forma como eles enxergam o BRICS. Pelo contrário, tanto é que a gente vê, ano após ano, reunião do BRICS após reunião do BRICS, um monte de novos países querendo ser membros. A gente tem hoje, não oficialmente, mas publicamente declarada a intenção de 30 [países] querendo adentrar o grupo […], todos eles vindo do Sul Global. Então eu acho que fazer parte do BRICS pode, sim, aumentar o status do país, porque é um arranjo muito seletivo.”
Fonte: sputniknewsbrasil